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Comerciários baianos vão as ruas contra reformas trabalhistas e previdenciárias

A Greve Geral realizada no dia 28 de abril de 2018 ficará para a história do movimento sindical Brasileiro. Justamente num momento em que a proposta de reforma trabalhista e previdenciária tenta enfraquecer o movimento sindical, e os direitos conquistados para os trabalhadores durante as últimas décadas, o movimento sindical consegue dar uma resposta e uma prova de força para o governo Temer.

Trabalhadores de diversos setores profissionais brasileiros aderiram a greve, a exemplo de médicos, professores de rede privada, servidores públicos de várias categorias, rodoviários entre outros. Tradicionalmente a categoria comerciária sente grande dificuldade de aderirem as greves por pressão dos patrões, que sempre ameaçam com demissões, corte de benefícios e comissões. Estes contaram com a força dos sindicatos que fizeram piquetes nas portas dos comércios e bloqueis no trânsito o que contribuíram bastante para evasão do trabalhador no dia 28 de abril.

“Nós da FECOMBASE ficamos muitos satisfeitos com a atuação de toda nossa base no interior, os companheiros tiveram a competência de conduzir os atos ordeiramente e com ótimos resultados no que se diz a aderência e aceitação da população. Foi muito positiva a greve na Bahia, precisávamos dar uma resposta ao governo e os patrões e conseguimos, mas não vamos parar, a luta continua e vai ser dura”, declara o presidente da FECOMBASE, Marcio Fatel.

Participaram da greve os comerciários de Vitória da Conquista, Jequié, Camaçari, Alagoinhas, Teixeira de Freitas, Valença, Vera Cruz, Jacobina, Poções, Bomfim, Porto Seguro, Maracás, Eunápolis, Santo Estevão, SantoAmaro, Candeias, Feira de Santana entre outros.

Veja a baixo a cobertura em fotos da greve na Bahia:

Alagoinhas


Camaçari


Candeias

Eunápolis


Feira de Santana


Jacobina


Jequié


Maracas


Poções


Porto Seguro


Santo Amaro


Santo Estevão


Sr. do Bomfim


Teixeira de Freitas


Valença

Vera Cruz

Vitória da Conquista


Trabalhadores têm dificuldades para sacar o dinheiro do FGTS inativo


A vendedora Patrícia Maciel, de Belo Horizonte, esperava receber o dinheiro de suas duas contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) no dia 10 de março, conforme anunciado pela Caixa Econômica Federal para quem tem conta poupança no banco. Ela nasceu em fevereiro e estava no primeiro mês de recebimento do calendário de saques. No entanto, uma delas ela conseguiu sacar duas semanas depois e a outra até hoje está esperando o dinheiro ser liberado.

Assim como ela, outros beneficiários nascidos em janeiro e fevereiro se queixam que ainda não receberam ou não conseguiram sacar o dinheiro. Há relatos ainda de dificuldades para fazer a atualização dos dados cadastrais e até de fraudes nas contas correntes. Esses trabalhadores acabam tendo que fazer várias viagens até as agências para resolver as pendências. E em alguns casos nem falando com a Ouvidoria elas são solucionadas.

Aumento de reclamações

Essas dificuldades aparecem no balanço do Reclame Aqui, que mostra crescimento no número de reclamações contra a Caixa Econômica Federal desde o anúncio da liberação do saque das contas inativas, no final do ano passado.

Durante o ano passado, o total de reclamações envolvendo o FGTS foi de 920. E neste ano já são 642 até o dia 9 de abril, ou seja, 70% do total de 2016 já foi atingido nos primeiros três meses do ano.

Os beneficiários começaram a retirar o dinheiro em 10 de março. E foi justamente o mês passado que registrou o maior número de reclamações neste ano: 267.

A maioria dos reclamações é de pessoas que têm dificuldades de regularizar seus cadastros para receber o FGTS e de pessoas que esperavam que o dinheiro caísse automaticamente nas contas da Caixa, mas que não receberam os valores.

Tem direito a sacar o dinheiro do FGTS quem pediu demissão ou foi demitido por justa causa até 31/12/2015. Uma conta fica inativa quando deixa de receber depósitos da empresa devido à extinção ou rescisão do contrato de trabalho. O trabalhador, no entanto, não pode sacar o FGTS de uma conta ativa, ou seja, que ainda receba depósitos pelo empregador atual.

Os saques devem ser feitos de acordo com um calendário estabelecido pela Caixa que leva em conta a data de nascimento do trabalhador. Quem nasceu em janeiro e fevereiro pôde começar a retirar já a partir de 10 de março. Desde o dia 8 já podem retirar o dinheiro os nascidos em março, abril e maio.

Segundo a Caixa, as pessoas que não conseguirem fazer a retirada do dinheiro dentro do seu mês do calendário e nem até 31 de julho não conseguirão fazer o saque em outra data.

‘Vou pegar a fila de abril’

Patrícia só conseguiu sacar o dinheiro de uma das duas contas inativas 14 dias depois da liberação do saque, mesmo estando com os dados cadastrais corretos. “Pelo menos essa era de maior valor”, diz. Na outra conta ainda pendente, ela teve que corrigir a data de desligamento do emprego.

Depois de não conseguir sacar seu dinheir no dia 10 de março, ela retornou à agência no dia seguinte e o atendente não lhe deu justificativa para o dinheiro não estar liberado. “Ele disse que estava em processo de liberação, que no dia 10 isso tinha acontecido com várias pessoas e falou pra eu voltar em 15 dias porque eles não sabiam dar a informação”, conta.

Ela reclamou no perfil da Caixa do Facebook e viu que muitas pessoas estavam com o mesmo problema. “Na rede social, a resposta da Caixa era sempre padronizada, orientando que as pessoas precisavam ir até a agência com documentos para atualizar o cadastro”.

No dia 16 de março, Patrícia foi novamente na Caixa e, após duas horas na fila preferencial com os dois filhos pequenos, ouviu que havia ocorrido problema no sistema, que estava em processo de liberação e que era muita gente para resolver. Conseguiu sacar o dinheiro de uma conta inativa, mas não de outra. “Vou ter que entrar no lote de quem recebe em abril e pegar uma fila imensa de novo”, lamenta.

Nem falando com a Ouvidoria

O técnico administrativo Alexandre Pyung Oh, de 37 anos, também teve problemas para receber o dinheiro de suas duas contas inativas do FGTS, apesar de estar no calendário de quem poderia sacar em março.

No dia 13 de março, ele descobriu numa agência em Campinas (SP) que as contas ainda estavam ativas porque a data de saída do emprego não estava no cadastro. Após regularizar a informação, o gerente que o atendeu pediu que aguardasse 7 dias corridos para que o sistema da Caixa liberasse automaticamente os valores.

Mas o dinheiro não caiu no prazo. Ele tentou falar com o gerente, reclamou no telesserviço e no perfil da Caixa do Facebook, sem sucesso.

Ele só conseguiu resolver o problema quando mandou um e-mail de reclamação para a Ouvidoria da Caixa, copiando a mensagem para o e-mail da vice-presidência de Estratégias de Canais e Operações do banco.

“Não se passaram nem 15 minutos após o envio do e-mail e uma funcionária de Campinas que cuida de assuntos relacionados ao FGTS me ligou e pediu para eu explicar o que estava acontecendo. Após breve análise, ela concluiu que o gerente da agência de Campinas falhou, pois a rotina de liberação automática havia encerrado e ele deveria ter feito a liberação manualmente no sistema”, conta.

O gerente ligou e confirmou que ele poderia efetuar o saque a partir do dia 24 de março. “Porém, não consegui sacar o valor total”, diz.

Sete idas à agência

A analista de suporte técnico Edna Aparecida dos Santos Borges, de 46 anos, só conseguiu sacar o dinheiro do FGTS inativo após sete idas à agência da Caixa em Itapevi, na região metropolitana de São Paulo.

Após descobrir que o dinheiro não havia caído automaticamente na conta poupança como prometido, ela atualizou seu nome de casada e datas de saída dos empregos anteriores.

A analista então voltou para verificar por que o dinheiro não havia sido depositado mesmo após a atualização dos dados e descobriu que tinha de autorizar a Caixa a depositar o valor. Nas outras vezes ouviu que o dinheiro ainda não estava na conta por problema no sistema. Um dia antes de receber o valor, ouviu do gerente que ele não sabia o motivo de o dinheiro não ter sido transferido para a conta e a orientou a passar no caixa da agência.

No fim das contas, Edna descobriu que o problema estava na modalidade da sua conta, a Poupança Caixa Fácil, que tem uma cota de valor para ser depositado, e finalmente conseguiu sacar o dinheiro.

Dinheiro sumiu

Joelly Samily Amorim, de 24 anos, tem quatro contas inativas para receber, mas conseguiu resgatar somente duas delas, justamente as de menores valores. Após várias idas à agência da Caixa em Sinop (MT), descobriu que os valores das contas que faltam ser sacadas foram na verdade pagos em São Paulo.

“Até eu ficar sabendo que o saque havia sido feito por outra pessoa, a Caixa nunca me dava uma resposta concreta, mas na última semana de março vieram com essa história. Até me perguntaram se não viajei recentemente, eu respondi que não. Estou desempregada, não teria condições de ir para lá”, diz.

Segundo Joelly, a agência abriu um chamado para saber o que aconteceu. Esses dois valores, segundo a Caixa informou a ela, foram sacados com Cartão do Cidadão na capital paulista. “A agência está desconfiando que meus documentos foram hackeados”, afirma.

Segundo Joelly, os valores das duas contas inativas que foram sacados em São Paulo são de R$ 1.078 e R$ 467. As que ela recebeu são de R$ 183 e R$ 412.

Ela afirma que nunca esteve em São Paulo e nunca passou seu número do PIS nem a senha para ninguém. “Só consultava meu extrato pelo site da Caixa e pelo aplicativo da minha conta corrente que tenho no banco”, conta.

“A Caixa vai ter que ver nas câmeras quem que sacou meu dinheiro porque eles têm no sistema a data e hora da retirada”. Joelly diz que, após abertura do chamado, a Caixa informou que leva no máximo 30 dias para darem uma resposta. O prazo terminou no dia 28 de abril.

Prazo é de até 5 dias, diz Caixa

A Caixa informou que os valores de trabalhadores que tenham inconsistências no cadastro não são creditados de forma automática, havendo a necessidade de verificação de documentos para a efetivar os acertos em uma agência. Nesse caso, para os trabalhadores dos calendários que já tenham direito ao saque, o prazo para o recebimento dos valores é de até 5 dias, após a regularização do cadastro. Em atenção ao relato dos trabalhadores, a Caixa informa que está à disposição para verificar o caso pontual.

Sobre a situação de Edna, a Caixa informou que a conta do tipo “Poupança Caixa Fácil” é uma modalidade de conta poupança simplificada que tem limite de saldo e movimentação máxima mensal. Assim, os valores das contas inativas do FGTS que superem esse limite podem ser sacadas em qualquer agência da Caixa.

Em relação ao caso de Joelly, a Caixa afirmou que para situações específicas é necessário efetuar análise de documentos e informações para identificar se há alguma inconsistência, e que conta com estrutura sólida voltada à gestão da prevenção e combate à fraudes.

Fonte: G1.

 

Fim do foro, reforma trabalhista e CPI da Previdência marcam semana no Senado

Alguns temas marcaram o noticiário da última semana e continuam em pauta no Senado a partir de hoje (2). A proposta de emenda à Constituição (PEC) que acaba com o foro especial por prerrogativa de função volta a ser discutida e os senadores passam a se dedicar também à análise do projeto de lei da reforma trabalhista, aprovado na Câmara na quarta-feira 26).

A PEC do Fim do Foro passará, a partir de amanhã, pela primeira das três sessões de discussão necessárias antes da votação em segundo turno. Ela foi aprovada em primeiro turno na semana passada. A expectativa é que esteja pronta para ser votada novamente no dia 9. Se for aprovada, será encaminhada à Câmara dos Deputados.

O texto extingue o foro privilegiado para todas as autoridades, exceto os presidentes da Câmara, do Senado, da República e do Supremo Tribunal Federal.

No caso da reforma trabalhista, as primeiras discussões deverão ser a respeito da imposição ou não de urgência para sua tramitação. Diferente do modelo adotado na Câmara, no Senado o texto não deverá passar por uma comissão especial, e sim por pelo menos três comissões de mérito permanentes da Casa: a Comissão de Constituição e Justiça, a Comissão de Assuntos Sociais e a Comissão de Assuntos Econômicos.

Se a urgência for aprovada pelos senadores, no entanto, a matéria pode ter a tramitação acelerada e receber parte desses pareceres diretamente em plenário.

Outro tema que deve começar a ser discutido no Senado esta semana está relacionado à Previdência. Embora a reforma da Previdência ainda não tenha sido votada na Câmara, os senadores já começam a se aprofundar no assunto com o início dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito da Previdência.

A CPI foi instalada na semana passada e vai apurar os números do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e identificar casos de fraude e sonegação. O senador Paulo Paim (PT-RS), autor do requerimento de criação da comissão, presidirá os trabalhos e o senador Hélio José (PMDB-DF) será o relator.

As comissões permanentes da Casa também devem funcionar, analisando projetos que podem ser enviados para análise em plenário. A Comissão de Constituição e Justiça, por exemplo, pode voltar a debater a PEC da Reforma Política, que trata do fim da reeleição para presidente, entre outras coisas.

A Comissão de Assuntos Sociais deve votar projeto que aumenta a alíquota do Imposto de Renda sobre remessa de dinheiro para paraísos fiscais.

Fonte: Agência Brasil.


Dieese elabora nota técnica sobre importância da organização sindical dos trabalhadores

No Brasil, os sindicatos são atores sociais que reivindicam e organizam a classe trabalhadora no contexto de uma democracia representativa e também participativa, como previsto na Constituição Federal de 1988.

Os sindicatos são organizações de representação dos interesses dos sempre desigual e reconhecidamente conflituosa, entre capital e trabalho. Nascem na primeira metade do século 19 como reação às precárias condições de trabalho e remuneração a que estão submetidos os trabalhadores no capitalismo.

Ao final do século 19, os sindicatos obtiveram reconhecimento institucional nos principais países industrializados. Desde então, têm exercido papel fundamental na organização da classe trabalhadora para a luta por uma sociedade mais justa e democrática, pressionando pela ampliação dos limites dos direitos individuais e coletivos ainda hoje estreitos em muitos países, entre os quais o Brasil.

Leia íntegra da nota técnica

Para que serve e o que faz o movimento sindical

Cartilha DiapCom vistas à também contribuir com a educação política da sociedade brasileira, o DIAP editou a cartilha, com perguntas e respostas, Para que serve e o que faz o movimento sindical.

A publicação tem o objetivo de estimular ações de cidadania e despertar os trabalhadores para a importância da militância sindical, chamando atenção para o papel dos sindicatos na construção de consciência da classe trabalhadora e, em consequência, na organização e fortalecimento das bases sociais da democracia.


Governo discute adiar votação da reforma da Previdência

Sem os 308 votos necessários para aprovar a reforma da Previdência no plenário da Câmara, o governo discute adiar a votação da proposta na comissão especial que trata do assunto, o que estava previsto para acontecer nesta quarta-feira (3).

Segundo a Folha apurou, a ideia é que o colegiado só aprecie o texto na semana que vem ou até mesmo na seguinte.

O presidente Michel Temer recebeu ministros e parlamentares neste domingo (1º) para discutir o andamento da nova Previdência. Pesquisa Datafolha divulgada no domingo indica que 71% dos brasileiros são contra a reforma.

O Planalto diz acreditar ter garantidos 20 votos para aprovar a proposta na comissão. No entanto, integrantes do governo admitem que ainda estão longe dos 60% de apoio necessário em plenário para aprovar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição).

Para evitar o desgaste de aprovar o texto no colegiado e ter que esperar indefinidamente até ter segurança para aprovar o texto definitivamente, Temer avalia aguardar mais um pouco.

O receio é que um período extenso possa estimular a base aliada a reivindicar novas flexibilizações no relatório, impondo novas derrotas à equipe econômica.

A reforma seria votada inicialmente na terça-feira (2). Mas, na semana passada, o governo decidiu postergar a votação em um dia.

A ideia é estender a discussão do texto, etapa que seria vencida nesta terça. Como ainda há 16 oradores inscritos, além dos líderes partidários, o presidente da comissão especial, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), não precisa levar a sessão até a madrugada, podendo esgotar a lista de quem deseja se manifestar ao longo da semana.

Marun não participou da reunião com Temer e disse que ainda não havia sido informado sobre o adiamento. "Estou indo à Brasília com o intuito de fazer a votação esta semana", afirmou.

Na tentativa de evitar pressões por novas mudanças, os maiores partidos da base, PMDB (64 deputados) e o PSDB (46 deputados), fecharão questão em apoio ao relatório na segunda quinzena do mês, movimento que tem o apoio do presidente.

Nesta terça, serão publicadas no "Diário Oficial da União" as primeiras exonerações de indicados políticos de parlamentares da base que votaram contra a reforma trabalhista, na semana passada.

A ideia é que os cargos sejam entregues sobretudo a parlamentares do "baixo clero" que não tinham sido contemplados pelo presidente e que podem avolumar o placar da reforma previdenciária.

O próprio presidente pretende se reunir pessoalmente com bancadas menores, como PSC e PRB, para conseguir mais votos favoráveis.

Em outra frente, o governo vai intensificar a comunicação. As cartilhas que já foram distribuídas aos parlamentares para explicar a reforma agora serão encaminhadas a entidades formadoras de opinião como OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), que já se posicionaram contra a reforma.

Já foram impressos mil exemplares e outros dois mil serão encomendados nesta terça-feira. As impressões serão pagas por partidos da base aliada, segundo o deputado Beto Mansur (PRB-SP), que não soube informar os custos da produção.


71% dos brasileiros são contra reforma da Previdência, mostra Datafolha

Sete em cada dez brasileiros se dizem contrários à reforma da Previdência, mostra pesquisa realizada pelo Datafolha. A rejeição chega a 83% entre os funcionários públicos, que representam 6% da amostra e estão entre os grupos mais ameaçados pelas mudanças nas regras para aposentadorias e pensões.

Há maioria antirreforma entre todos os grupos sociodemográficos, e a taxa cresce entre mulheres (73%), brasileiros que ganham entre 2 e 5 salários mínimos (74%), jovens de 25 a 34 anos (76%) e os com ensino superior (76%).

O Datafolha fez 2.781 entrevistas em 172 municípios na quarta (26) e na quinta (27), antes das manifestações ocorridas na última sexta-feira (28). A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Apesar da rejeição à ideia de mudanças, a maioria dos entrevistados concorda com tópicos que o governo pretendia mudar na proposta inicial e outros que ainda estão em discussão no Congresso.

MENOS DIFERENÇAS

É o caso, por exemplo, das regras especiais que permitem aos professores se aposentar cinco anos mais cedo do que outros trabalhadores.

A proposta original do governo previa que os requisitos para aposentadoria seriam os mesmos para todas as profissões, gêneros e setor de trabalho, com exceção de policiais militares dos Estados e membros das Forças Armadas.

A proposta foi alterada pelo relator da reforma na Câmara, Arthur Maia (PPS-BA). Na versão que os deputados debatem, professores e policiais mantêm condições mais favoráveis de aposentadoria.

A maioria dos entrevistados pelo Datafolha, porém, é contra essa diferença nos casos de professores (54%), policiais (55%) e militares (58%). O governo promete enviar ao Congresso mais tarde outro projeto para tratar das aposentadorias dos militares.

No caso dos trabalhadores rurais, 52% dos brasileiros querem que eles continuem se aposentando mais cedo, condição também mantida no projeto de Arthur Maia.

Mesmo entre os que se dizem favoráveis a uma reforma previdenciária, há discordância em relação a três pilares: idade mínima de aposentadoria de 65 anos para homens, de 62 para mulheres, e a nova fórmula para cálculo de benefício, que exige 40 anos de contribuição para receber o benefício máximo.

Questionados sobre os três pontos em conjunto, 87% declararam oposição às mudanças. Deles, 83% são contra o tempo necessário para benefício pleno: 60% citaram a regra e outros 23% disseram rejeitar todas as três mudanças.

A regra dos 40 anos não atinge quem contribui pelo salário mínimo. Para esses trabalhadores, mais da metade dos beneficiários, a aposentadoria plena pode ser obtida com 25 anos de contribuição.

A mudança também não leva necessariamente à perda de benefício para trabalhadores do setor privado, que hoje têm o valor reduzido pelo fator previdenciário.

Outros 27% são contra a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria dos homens e 25% se opõem à idade de 62 anos para mulheres.

COMEÇA AOS 60

A instituição de uma idade mínima é uma das principais mudanças da reforma, e atinge trabalhadores do setor privado que hoje podem se aposentar por tempo de contribuição, com 30 anos no caso de mulheres ou 35, se homens.

Na média, os pesquisados pelo Datafolha disseram que esperam se aposentar aos 60 anos, mesma idade declarada em pesquisa feita no ano passado e próxima da idade em que, na média, os brasileiros se aposentaram em 2016.

Caiu, no entanto, a parcela dos brasileiros que considera que a população hoje se aposenta mais tarde do que deveria. Eram 59% no ano passado, e hoje são 52%. Os que consideram que a retirada do mercado de trabalho se dá na idade adequada passaram de 27% para 38%.

ENTENDA

A reforma da Previdência foi proposta pelo governo em dezembro de 2016, com a justificativa de que o envelhecimento da população brasileira tornará suas contas insustentáveis.

A Previdência consome hoje 57% dos gastos do governo, que tem aumentado a dívida pública para financiar suas despesas. A queda dos juros e a reativação da economia dependem do equilíbrio das suas contas.

O projeto atualmente em discussão na Câmara dos Deputados, que já fez várias alterações na proposta original do governo, precisa ser aprovado por 60% dos deputados e dos senadores em duas votações para entrar em vigor.


Para 64% dos brasileiros, novas leis trabalhistas beneficiam os patrões


Os brasileiros acham que a reforma trabalhista e a terceirização privilegiam mais os empresários do que os trabalhadores —e os próprios empresários pensam assim, de acordo com o Datafolha.

Segundo o instituto, 64% dos entrevistados acham isso da reforma e 63% dizem o mesmo sobre a terceirização.

A lei da terceirização foi sancionada em 31 de março pelo presidente Michel Temer e permite que uma empresa possa contratar outra para qualquer tipo de serviço.

Antes, não havia legislação específica, mas o entendimento era que as empresas precisariam ter obrigatoriamente funcionários próprios em suas funções principais, as chamadas atividades-fim. Uma montadora, por exemplo, poderia terceirizar a limpeza, mas não os operários.

Reforma trabalhista

Para 34% dos ouvidos pelo Datafolha, a nova legislação deve aumentar a criação de empregos. Outros 31% consideram que não haverá mudança e igual parcela prevê que vagas serão fechadas.

Quase metade (48%) dos empresários diz que o emprego deve ser beneficiado pela nova lei, segundo o Datafolha. Assalariados com registro em carteira são mais pessimistas: 34% dizem que haverá menos vagas, 33% que nada mudará e só 29% creem em mais oferta de emprego.

Para 66%, os preços de mercadorias e serviços devem subir com a ampliação da terceirização. Apenas 17% (e 15% dos empresários) esperam aumento dos salários.

Quarenta e quatro por cento acham que não haverá impacto na remuneração e 35% (e 27% dos empresários) dizem que ela será reduzida.

O XIS DOS SINDICATOS

A reforma trabalhista foi aprovada na quarta (26) pela Câmara dos Deputados e agora será analisada no Senado. Ela prevê que acordos entre patrões e empregados prevaleçam sobre a lei em alguns casos, jornadas de trabalho mais flexíveis e o parcelamento de férias em três períodos.

Na avaliação de 58% dos entrevistados, os trabalhadores perdem direitos com as reformas, taxa que sobe para 66% dos assalariados registrados e para 68% dos empresários. Outros 21% acham que não haverá mudança com a reforma, e 11% acreditam que os direitos vão aumentar.

Só 30% preferem que condições de trabalho como jornada diária, período de férias e banco de horas sejam negociadas diretamente entre patrões e empregados, como prevê a reforma. Para 60%, seria preferível que essas condições fossem definidas em lei.

Trabalhadores estão pessimistas sobre o impacto da terceirização -

Segundo advogados e especialistas ouvidos pela Folha após a aprovação do texto pela Câmara, a insegurança do trabalhador pode aumentar, ao menos no início.

A principal razão é que o projeto dá maior importância aos sindicatos, responsáveis por negociar acordos que ultrapassem os limites definidos pela legislação, mas dispensa a homologação de rescisões contratuais nos sindicatos.

O texto também acaba com a contribuição sindical obrigatória, principal fonte de financiamento das entidades. Ela é paga por assalariados (corresponde a um dia de trabalho por ano), autônomos, profissionais liberais e por patrões (de 0,02% a 0,8% do capital social da empresa).

Do total arrecadado, 60% vai para os sindicatos, 15% para as federações e 5% para as confederações. O fim da contribuição sindical obrigatória é o ponto que mais divide os entrevistados pelo Datafolha —46% defendem a manutenção do imposto e 44% querem a extinção.


Empresas fatiam serviços para vendê-los a preço menor e atrair clientes

Em vez de cobrar um plano mensal ou uma diária, pequenas e médias empresas do setor de serviços vêm adotando o modelo "sob demanda". São oferecidas apenas algumas atividades ou infraestrutura, sem que o cliente tenha de arcar com um custo fixo.

A ideia é manter o empreendimento menos ocioso e atrair clientes que, de outra forma, não consumiriam o produto oferecido, explica Pedro Zanni, professor de estratégia empresarial da FGV (Fundação Getulio Vargas).

"Trazer 30% a mais de público para uma academia, por exemplo, permite diluir o custo fixo da operação sem prejudicar a experiência do consumidor que já paga pelo plano mensal ou anual fechado", diz Zanni.

A estratégia é alternativa para enfrentar a crise, segundo o consultor do Sebrae-SP Márcio Bertolini. Para 59% das empresas, será preciso rever fórmulas de estimular as vendas neste ano, de acordo com pesquisa da instituição feita com 6.600 organizações de menor porte entre outubro e novembro de 2016.

O modelo garante uma receita extra para o spa Viktoria Garten, em Itapecerica da Serra (Grande SP), que oferece diária mais curta (de 8h às 17h) por R$ 165. O pacote inclui quarto, café da manhã, almoço e acesso à piscina.

Pequenas doses

"Os pacotes de fim de semana, a preço cheio [R$ 375] garantem a receita para financiar o negócio. As visitas de um dia são o complemento", afirma o turismólogo Antônio de Pádua, 55, proprietário do spa.

Nos últimos dois anos, o número dos que buscam o "day pass" (passe de um dia) cresceu 60%, segundo cálculos de Pádua. "Sem a venda avulsa, teríamos sofrido grave queda de receita em 2016."

A empresa faturou cerca de R$ 400 mil no ano passado, valor que se manteve estável em relação a 2015.

"A vantagem do 'day pass' é que o público não usa só a estrutura, mas compra uma massagem, volta mais vezes ou faz indicações, que já respondem por mais da metade da nossa base de clientes", afirma Pádua.

Há quem já baseie o modelo de negócios na venda unitária de seus serviços, como a academia Spin n Soul. O foco são as aulas de "spinning", na bicicleta. Cerca de 40% da receita vem da comercialização de visitas únicas, a R$ 45. Também são oferecidos pacotes com descontos, de 5 a 30 aulas.

O sócio Daniel Nasser, 34, conta que, ao pesquisar o mercado, sentiu resistência do público aos tradicionais planos de longo prazo.

"Um serviço 'a granel' permite que nos especializemos em uma única modalidade, e isso nos diferencia das academias tradicionais, em que o cliente paga por atividades que não pratica", afirma.

A empresa, aberta em 2014, já fatura R$ 2 milhões ao ano e cresce 5% ao mês.

ROTATIVIDADE

Um dos desafios é vencer as flutuações de demanda, uma vez que a rotatividade dos clientes é muito alta, explica Zanni, da FGV. No caso da Spin n Soul, são mais de 24 mil pessoas cadastradas.

Mas é possível ganhar pelo volume de clientes.

O estúdio de pilates da fisioterapeuta Mary Morishita, 29, viu um crescimento de 50% no movimento desde que implantou o sistema de visita única, a R$ 29,90, por meio de um serviço que reúne outras empresas do tipo.

"O modelo vale para quem não investe em marketing e depende do boca a boca. É o nosso caso, e valeu a pena. Foi preciso achar um espaço maior para dar conta da demanda", diz Morishita.

Se a ideia é depender menos do marketing e mais da indicação, o esforço para causar uma boa impressão ao freguês deve ser ainda mais intenso, afirma o consultor Márcio Bertolini, do Sebrae. "Ou se deixa uma imagem favorável ou o cliente, além de não voltar, avisa a seus conhecidos nas redes sociais que o serviço é ruim."


Após protestos, Temer diz que reforma trabalhista sofre incompreensão

Dois dias depois de protestos realizados em 130 cidades do país, o presidente da República, Michel Temer (PMDB), disse que a reforma trabalhista defendida pelo seu governo sofre "incompreensões, objeções e contestações", mas esse fato é típico da democracia no Brasil.

"O brasileiro é naturalmente um povo otimista. Aconteça o que acontecer, haja protestos, não haja protestos, o Brasil continua e continuará a trabalhar", afirmou Temer em discurso na cerimônia de inauguração da Japan House, espaço para promoção da cultura e dos negócios do Japão, em São Paulo, na manhã deste domingo (30).

O tema da reforma trabalhista foi trazido ao evento em primeiro lugar pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), no início de seu discurso.

"Saímos de um modelo estatutário de cima para baixo para um novo modelo de relações contratuais muito melhores neste momento do mundo e das relações e das questões do novo emprego", disse o governador.

Em seguida, durante sua fala, Temer agradeceu a Alckmin pelo elogio quanto ao tema e disse que a reforma trabalhista "gera, em um primeiro momento, naturalmente, incompreensões, objeções, contestações, mas que são típicas da democracia plena que nós vivemos no nosso país".

Movimentos sociais e sindicais promoveram uma greve geral nesta sexta-feira (28) contra as reformas trabalhista e da Previdência, as quais o governo Temer batalha para aprovar no Congresso.

DATAFOLHA

Após os discursos, Temer e Alckmin deixaram o local sem atender aos pedidos de entrevista dos jornalistas.

Abordado pela reportagem, o governador disse: "O João fala em nosso nome", em referência ao prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), que também estava presente ao evento.

Quanto à pesquisa do Datafolha publicada pela Folha neste domingo que indica um quadro negativo para eventuais candidaturas tucanas ao Palácio do Planalto em 2018, Doria disse que é muito cedo para fazer análises e projeções, e não é hora de tratar do assunto.

Indagado se o fato de ele ter índices melhores que Alckmin, seu padrinho político, não poderia atrapalhar sua relação com o governador, Doria afirmou que não há possibilidade de que isso aconteça.

"Hoje mesmo viemos juntos de Goiás para São Paulo, estivemos juntos ontem com o governador [de Goiás] Marconi Perillo (PSDB). Não há nada, absolutamente nada que possa abalar uma relação de 37 anos de amizade, de respeito e bom entendimento", disse Doria.

     
Desenvolvimento
Consir
Sindicato dos Comérciários de Senhor do Bonfim
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Fone (74) 3541-2805