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Caminhoneiros fecham estradas em ato antirreforma trabalhista na França

Caminhoneiros bloquearam estradas em toda a França nesta terça-feira (17), quando críticos da reforma trabalhista em discussão no país deram início a uma nova onda de greves e manifestações de rua.

Esta semana está sendo considerada pela mídia o "tudo ou nada" de um movimento de protesto que parecia ter perdido fôlego depois de semanas de confrontos às vezes violentos.

Ato em Bordeaux contra decreto que colocou em andamento a reforma trabalhista na França

O presidente francês, François Hollande, se manteve firme, dizendo a uma rádio que a lei —que tornará as contratações e demissões mais simples e é um dos carros-chefes de seu governo— não será abandonada, e alertando que a polícia não irá tolerar a violência.

"Não cederei", disse o líder socialista, cujo índice de popularidade está no fundo do poço a um ano da eleição presidencial, à rádio Europe 1.

Os caminhoneiros conseguiram frear ou bloquear o tráfego em pontos estratégicos no norte e no oeste do país, principalmente na região de Bordeaux, onde desviaram entregas a um grande centro de distribuição de um supermercado e a um depósito de combustível.

Passeatas em Paris e outras cidades francesas também estavam marcadas para esta terça (17). Ferroviários devem se unir aos protestos e fazer paralisações que provavelmente causarão transtornos para os usuários até sexta (20).

Hollande disse que mais de mil pessoas foram presas nos enfrentamentos com a polícia nos últimos meses e que mais de 300 policiais e vários manifestantes ficaram feridos nos confrontos, dos quais algumas pessoas, incluindo estrangeiros, participaram só para brigar.

"As pessoas têm direito de protestar, mas a desordem é um delito que será punido", afirmou.

O sindicato trabalhista CGT, considerado linha-dura, conclamou greves em esquema de rodízio a funcionários de ferrovias, portos e aeroportos, além de dois dias de protestos de rua, na terça (17) e na quinta-feira (19). 


Governo francês escapa de moção de censura sobre reforma trabalhista

O premiê francês, Manuel Valls, sobreviveu nesta quinta (12) a um voto de confiança estimulado por uma contestada reforma trabalhista que tem levado dezenas de milhares de manifestantes às ruas das principais cidades do país.

Perante protestos quase diários e um impasse legislativo, o governo socialista decidiu usar o artigo constitucional 49-3, que lhe permite avançar a tramitação de um projeto sem necessitar de uma votação na Assembleia Nacional (Câmara baixa).

Os conservadores tentaram se opor por meio da moção de censura, mas apenas 246 parlamentares apoiaram a medida -42 a menos do mínimo necessário (288) para forçar a queda do governo.

"[Usar a Constituição] apenas aumentou a raiva dos trabalhadores, dos estudantes e dos cidadãos", disse o secretário-geral do sindicato CGT, Philippe Martinez.

A controversa reforma trabalhista é a mais ousada a ser impulsionada por um governo francês, seja de direita ou de esquerda, em anos.

A medida, que enfraquece os sindicatos e será debatida no Senado nas próximas semanas, não abolirá a jornada semanal de 35 horas, mas permitirá às companhias negociar acordos para até 48 horas semanais ou para turnos de 12 horas.

Ela também mudará as regras para flexibilizar demissões nos períodos de desaceleração econômica -sob condições que dependerão do tamanho do negócio.

À Câmara, Valls disse que a lei ajudará no progresso social. Segundo o premiê, a medida é uma "reforma indispensável" em um mundo globalizado. Atualmente, a França registra um desemprego superior a 10%.

A reforma, porém, dividiu os socialistas e deve prejudicar ainda mais suas chances de manter a Presidência e o controle do Legislativo nas eleições do próximo ano.

PROTESTOS

Em protesto, 55 mil manifestantes saíram às ruas da França nesta quinta, disse o Ministério do Interior.

Em Paris, a polícia reprimiu com gás lacrimogêneo alguns manifestantes mais desordeiros que participavam de uma marcha amplamente pacífica na cidade. Sete pessoas foram presas.

Ocorrências similares foram registradas em Marselha, no Mediterrâneo, e em Nantes, na costa do Atlântico.

Em mostra de rejeição à reforma, sindicatos convocaram novos protestos de rua e greves para a próxima semana.


Reforma só para novos trabalhadores é ruim para contas públicas'

Henrique Meirelles diz que modelo demoraria a ter efeito sobre a dívida

Uma reforma da Previdência Social que só atinja trabalhadores que ainda vão ingressar no mercado de trabalho é uma solução ruim para as contas públicas. A avaliação é do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Em entrevista concedida nesta quarta-feira a quatro jornais, ele afirmou que uma reforma nesses moldes demoraria a ter efeito sobre os gastos públicos num momento em que a dívida pública caminha para uma trajetória insustentável.

"Na carne’. O ministro Meirelles: corte do gasto público ajuda a controlar a inflação

Meirelles: estados terão de fazer ajuste duro para renegociar dívidas

Fachada da sede da Petrobras, no Centro do RioMeirelles: captação da Petrobras reduz necessidade de capitalização da estatal

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante entrevista em BrasíliaMeirelles já vê retomada da confiança na economia e dos investimentos

Ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Romero Jucá.

Governo vai entregar meta do orçamento na próxima semana, diz Jucá

— A curva da dívida pública em poucos anos atinge patamares não sustentáveis. Vamos ter que reverter isso (…) Não há dúvida de que se nós dissermos que (a reforma) só vale para quem não entrou ainda no mercado de trabalho, ótimo, muito bom. Mas isso só vai fazer efeito num prazo muito longo. Então, do ponto de vista da dívida pública isso não é uma boa solução — afirmou o ministro.

Cauteloso, ele ressaltou, no entanto, que isso não quer dizer que as mudanças na Previdência serão impostas à sociedade. Segundo o ministro, caso a opção da maioria seja fazer ajustes de longo prazo, será preciso adotar outras medidas como cortes de gastos que hoje têm vinculações constitucionais:

— Se não for essa a solução, quais são outros custos, quais são outras despesas públicas que terão que ser cortadas nos próximos anos? Estas alternativas serão colocadas. Ninguém aqui quer fazer isso ou aquilo. Temos que mostrar a realidade para a sociedade. Queremos garantir a aposentadoria de todos e a solvência do Tesouro e da Previdência — disse ele, acrescentando:

— Pode haver, por exemplo, cortes em vinculações constitucionais. Pode se estabelecer tetos para a evolução das despesas públicas que com um tempo ajustem para patamares sustentáveis e que sejam horizontais.

O ministro voltou a falar ainda na fixação de uma idade mínima para aposentadoria como um fator importante, mas também não disse que ela será a única alternativa. Na edição desta quarta-feira, uma reportagem do O GLOBO divulgou as propostas de reforma da Previdência, que não afetariam somente quem está aposentado ou quem já completou os requisitos para adquirir o benefício.

— O que nós podemos dizer é que existem fatores que têm influência maior. Idade mínima é um fator importante. Mas isso terá que ser discutido. Qual seria essa idade? Qual seria a regra de transição? Estou citando uma alternativa relevante, mas que não é a única — declarou ele.

Na entrevista, Meirelles ainda comentou sobre as dívidas estaduais e afirmou que o governo está disposto a analisar propostas, desde que os estados se comprometam com ''medidas duras'' de ajustes nas contas. Outro assunto abordado pelo ministro foi a capitalização da Petrobras, por ora descartada devido o sucesso da captação de 6,7 bilhões, realizada na última terça-feira, no mercado internacional.

O ministro disse também que já percebe uma retomada de confiança e começou a receber telefonemas de empresários comunicando que vão voltar a realizar investimentos no país. Mas ressaltou que que os eventuais resultados positivos do ajuste terão efeitos depois de 2018, mas que a dívida pública pode se estabilizar num prazo de dois a quatro anos.

     
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