Não fique só, fique sócio    •   
 
 

Notícias

 
 

APENAS 11% DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS REGULARIZARAM SITUAÇÃO NA RECEITA

Apenas 11% das micro e pequenas empresas que caíram na malha fina da Receita Federal regularizaram a situação junto ao órgão, de acordo com balanço divulgado hoje (13). No total, a Receita Federal identificou a existência de informações inexatas nas declarações de 100 mil empresas e, consequentemente, a redução indevida dos valores a pagar.

De acordo com a Receita, as empresas que não se regularizarem estarão impossibilitadas de transmitir a declaração relativa ao mês de outubro, que deverá ser apresentada até o dia 20 de novembro, além de estarem sujeitas a penalidades, como a imposição de multas que variam de 75 a 225% sobre os débitos omitidos nas declarações anteriores e até mesmo a exclusão do Simples Nacional.

Para se regularizar, a empresa deve retificar as declarações anteriores, gerar e pagar o documento de arrecadação (DAS) complementar. O próprio PGDAS-D, que é um aplicativo disponível no portal do Simples Nacional, aponta as declarações a serem retificadas.

Nos últimos anos, a Receita Federal vem trabalhando no combate a diversos tipos de fraudes detectadas nas informações prestadas pelas empresas por meio das declarações apresentadas ao órgão.

Segundo a Receita, as quase 100 mil empresas, sem amparo legal, assinalaram no PGDAS-D campos como “imunidade”, “isenção/redução-cesta básica” ou ainda “lançamento de ofício”. Essa marcação acaba por reduzir indevidamente o valor dos tributos a serem pagos.

Fonte: Agência Brasil

 

AMBIENTE DE TRABALHO NO BRASIL CONTINUA A DISCRIMINAR MULHERES NEGRAS

O abismo racial no ambiente corporativo brasileiro continua profundo, apesar dos recentes esforços de algumas empresas de deixarem de ser apenas brancas. Segundo dados de pesquisa do Instituto Ethos, realizada em 2016, pessoas negras só ocupam 6,3% dos cargos de gerente e 4,7% do quadro de executivos nas empresas analisadas pelo estudo.

A situação é ainda mais desigual para as mulheres negras: 1,6% são gerentes e só 0,4% participam do quadro de executivos. São só duas, entre 548 diretores.

Após observar muitos casos de discriminação nos processos seletivos em empresas, a psicóloga social Cida Bento, então executiva na área de Recursos Humanos, resolveu enfrentar diretamente o tema da discriminação racial e das dificuldades de inclusão de homens e mulheres negras nas empresas.

Atual coordenadora executiva do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert), Cida Bento, que também é colunista do site de CartaCapital, dedica-se há 30 anos ao campo da promoção da diversidade no ambiente corporativo.

Assim como a sociedade brasileira como um todo, o ambiente empresarial tem imensas dificuldades em avançar no combate ao racismo, explica ela, que aponta, por exemplo, o fato de programas de equidade de gênero serem bem sucedidas em promover a inclusão de mulheres brancas, mas não das mulheres negras. “Esse é o grande desafio. As mulheres brancas estão quatro, cinco vezes a mais do que as negras nesse processo de inserção dentro das empresas”.

Leia a íntegra:

CartaCapital: Por que a senhora resolveu se dedicar à questão da desigualdade racial no mercado de trabalho?

Cida Bento: Eu era executiva da área de Recursos Humanos e resolvi sair para trabalhar com esse tema porque eu via muita discriminação nos processos seletivos. Meu mestrado e doutorado foram focados em processos de recursos humanos. A tese de doutorado, defendida na USP, chamou-se Pactos narcísicos no racismo: branquitude e poder nas organizações empresarias e no poder público.

CC: Segundo pesquisa do Instituto Ethos de 2016, pessoas negras só ocupam 6,3% dos cargos de gerente e 4,7% dos executivos. O quadro é ainda pior quando se olha para as mulheres negras e só se inverte quando se observam as vagas de início de carreira ou baixa exigência profissional, como aprendizes ou trainees. Muito tem sido falado sobre ações afirmativas ou de inclusão nas empresas, mas ainda não se atingiu o patamar adequado, tendo em vista que negros e pardos são mais da metade da população brasileira. O mundo empresarial ainda resiste em enxergar e enfrentar o racismo? O que já mudou nesse sentido?

CB: Como toda a sociedade brasileira, o mundo empresarial também tem dificuldade de avançar nesse tema. Em geral, há uma tendência a tentar identificar qual é o problema para localizar negros ou se comunicar com eles, mais do que perceber que há também uma perspectiva branca que dificulta a inclusão e a permanência de negros nas empresas. De perceber que se tratam de relações raciais, e não de um problema do negro no Brasil. O branco também está implicado nisso.

CC: Como assim?

CB: Em qualquer processo de recursos humanos, de seleção em geral, recrutamento, promoção, mentoria, é preciso buscar entender não só o que pode ser algum desafio envolvendo os negros, mas também um desafio envolvendo os brancos para lidar com essa questão da maior presença negra qualificada dentro das instituições.

Não é só eu ter dificuldade nos processos de recrutamento para encontrar negros, mas é perceber que os processos precisam ser olhados para serem mais inclusivos e que as formas de comunicação e os ambientes do interior da instituição têm de se abrir para ser mais diversos. É pensar negros em cargos de liderança, de vanguarda, entender que eles têm de ter oportunidades de ser treinados e de encarreiramento mesmo. Enfim, isso tudo exige reconhecer que as empresas, assim como as grandes instituições brasileiras, não percebem o negro nesse lugar.

CC: É possível apontar a raiz desse problema?

CB: O racismo e o esforço na manutenção de privilégios. Eu sou uma das grandes estudiosas de branquitude no Brasil. Eu trato com o conceito de pactos narcísicos, a ideia do narcisismo, do fortalecer e escolher os iguais. Os recursos, as informações, os networkings são entre os iguais, que são os brancos.

CC: Você escreveu que profissionais que atuam no campo das políticas de diversidade em empresas destacam que a dimensão racial da diversidade é aquela que traz mais desafios para ser abordada e implementada. Quais os motivos dessa dificuldade maior?

CB: Em geral, as empresas têm mais um pacto de brancos entre brancos. Os programas de pró-equidade de gênero e raça conseguiram acelerar a inclusão das mulheres brancas, mas não das mulheres negras. Então, você tem mais um pacto entre brancos. As empresas têm dificuldade muitas vezes na relação com os próprios especialistas negros e com as organizações negras em geral. Às vezes, é mais fácil para uma empresa se relacionar com uma organização branca que começa a trabalhar com o tema racial do que com organizações negras que existem no Brasil inteiro e trabalham com isso há muito tempo.

Eu tenho recebido seis, sete, oito pedidos por semana de consultorias brancas que nunca mexeram com esse tema e agora querem entender para começar a trabalhar. E, às vezes, elas têm muito mais sucesso do que outras organizações, negras, que estão espalhadas pelo Brasil.

CC: Os desafios parecem ser ainda maiores para as mulheres negras, que preenchem apenas 1,6% das posições na gerência e 0,4% no quadro executivo. Por outro lado, mulheres brancas avançaram nesse sentido. As oportunidades são diferentes para mulheres brancas e negras? De que forma?

CB: Eu tenho feito um censo de diversidade em bancos e o grande desafio que se encontra é ampliar a presença das mulheres negras no setor, assim como em outras empresas. Esse é o grande desafio, as mulheres brancas estão quatro, cinco vezes a mais do que as negras nesse processo de inserção dentro das empresas. Isso é o que eu tenho observado nos censos de diversidade e nos processos de formação que tenho desenvolvido no interior das empresas. Eu trabalho com grandes empresas e a presença das mulheres negras é quase nenhuma.

CC: Como explicar esse quadro?

CB: Acho que as mulheres em geral sofrem uma exigência de aparência para ocupar posições dentro das empresas. E as mulheres negras têm uma exigência maior, com relação aos cabelos lisos e a um perfil meio de “Barbie”, magra, comprida e com o cabelo bem liso e claro, se possível.

CC: Você escreveu que uma mulher jovem, negra e qualificada ouviu de uma consultora de RH que sua roupa e cabelo não eram os mais adequados ao ambiente corporativo. Esse tipo de relato ainda é comum?

CB: Acho que não se ouve mais esse tipo de relato. As pessoas vão aprimorando osseus processos de exclusão. Elas não vão falar que é por isso. Nesse caso, o currículo dela estava sendo analisado por uma consultora de RH que era sua amiga. Isso em geral não é verbalizado. Agora, você também tem que ver que isso também tem mudado. Muitas empresas hoje falam que querem ampliar a equidade racial. Cresce o número de empresas que querem fugir dessa reputação de serem empresas brancas apenas. Isso é um indicativo de que a gente pode ter mudanças. As mudanças estão chegando, mas é necessário que a empresa tenha uma vontade política de mudar essa situação e invista mesmo nesses processos.

CC: Na sua opinião, como as empresas e o mercado de trabalho podem atuar para reduzir essa desigualdade?

CB: O censo é fundamental. Ele ajuda a identificar as diferenças de cargos, de salários, de inserção, promoções. E ajuda a identificar onde é que estão os problemas e ajuda a desenhar um plano de ação que envolve levar essa discussão para os interior das empresas e para as altas lideranças, para as áreas jurídicas e outras. É preciso uma decisão política da empresa. E isso é algo bem delicado e importante.

CC: Há bons exemplos?

CB: Algumas empresas que são líderes em seus ramos têm avançado bastante, procurando trazer mulheres negras para cargos de direção, procurando entender porque mulheres negras que estão lá há bastante tempo, e com escolaridade e experiência, não têm sido promovidas, procurando desenhar produtos para mulheres negras, procurando fazer um marketing que considere as famílias negras, contratar prestadores de serviço dentre as organizações de mulheres negras. Há algumas empresas fazendo esforços nessas direções.

*Por Tory Oliveira para Carta Capital

Fonte: Carta Capital

 

MINISTÉRIO LANÇA CARTEIRA DE TRABALHO ELETRÔNICA OBRIGATÓRIA PELO CELULAR


O governo fará, provavelmente no próximo dia 21, o lançamento da carteira de trabalho digital no celular. Em entrevista ao Valor, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, a inclusão de dados na carteira digital pelas empresas será obrigatória. “Terá a opção de continuar com a carteira convencional, que ele tem apego, mas terá também a carteira eletrônica no próprio celular. O trabalhador terá acesso a todo o seu histórico, todos seus contratos”, disse o ministro.

O ministro também informou que, com a carteira de trabalho eletrônica e o sistema Sine Fácil (aplicativo lançado em maio que permite uma série de consultas sobre vagas de trabalho e de situação de pedidos de seguro-desemprego), a partir de janeiro do ano que vem, o trabalhador não precisará mais ir às agências do Ministério do Trabalho para requerer e obter o seguro-desemprego. “Ele será informado”, disse. “Vamos inovar muito nessa questão de digital”, afirmou.

Ele ressaltou que o governo está fazendo um trabalho bem sucedido de combate a fraudes no seguro-desemprego que já gerou uma economia de “mais ou menos R$ 1bilhão”.

O anúncio da carteira do trabalho digital, previsto para ocorrer no Palácio do Planalto, será feito em um cenário em que o governo quer retomar o debate em torno da reforma da Previdência, que é uma medida impopular.

Nogueira destacou que o ministério se manterá concentrado na adoção de medidas ativas de geração e proteção do emprego. No acumulado de janeiro a setembro, foram geradas, liquidamente, 208.874 empregos com carteira de trabalho assinada.

Fonte: Valor Econômico

 

SHOPPINGS PREVEEM AUMENTO DE 7% NAS VENDAS DE NATAL, DIZ ABRASCE

A Associação Brasileira dos Shopping Centers (Abrasce) prevê alta de 7% nas vendas deste final de ano em comparação com o ano passado. O índice é resultado de pesquisa feita entre os associados em todo o país. O setor comemora a expectativa, já quem em 2016 a ampliação das vendas no período natalino foi de apenas 0,3% sobre 2015, ou seja, de estagnação.

De acordo com o levantamento, as categorias que devem ter maior influência no crescimento das vendas serão vestuário, eletroeletrônicos e calçados.

Como resultado da perspectiva de ampliação no faturamento, os lojistas preveem alta de 5% nas contratações temporárias.

Os números do ano também são positivos. O índice acumulado até setembro apontou alta de 5% nos negócios. O desempenho melhor no segundo semestre aponta que deve ser atingida a meta estabelecida para 2017, de crescimento de 5% a 7% nas vendas.

Para a direção da Abrasce, o resultado confirma a tendência de melhora consistente da economia. “A retomada gradativa da confiança do consumidor no segundo semestre deu um fôlego maior ao varejo”, define Glauco Humai, presidente da associação.

Na avaliação da Abrasce, a melhora dos índices de emprego e de confiança do consumidor, aliadas à redução da taxa de juros e da inflação, também indicam 2018 melhor.

Fonte: Correio Braziliense

 

COM REFORMA TRABALHISTA, HOSPITAL DE SP ELIMINA FOLGA PARA QUEM TRABALHAR DURANTE O FERIADO


Com a entrada em vigor da reforma trabalhista neste sábado, 11, um hospital da zona sul da cidade de São Paulo decidiu cancelar o direito a folgas e remuneração em dobro até então pagas para quem trabalha durante o feriado. A mudança – anunciada em um comunicado que aponta a Lei 13.467/2017, pela qual foram sancionadas as novas regras trabalhistas, como referência da decisão – vai atingir exclusivamente os funcionários que cumprem a escala de um dia trabalhado para um dia de folga.

O comunicado direcionado pela administração do hospital “aos colaboradores 12x36h” (submetidos à jornada de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso) indica o trecho exato da nova lei trabalhista que altera folgas e remuneração de quem trabalha em feriados. “Com o início da vigência da Lei 13.467/2017 em 11/11/2017, (a) qual altera alguns artigos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), a Súmula 444 do TST (Tribunal Superior do Trabalho) – que assegurava folga em dobro nos feriados trabalhados – perderá a eficácia, passando a vigorar o Artigo 59-A da nova CLT”, diz o texto (veja foto abaixo).

Com cerca de 700 funcionários, a nova medida impacta uma boa parte dos funcionários do hospital Dom Alvarenga, que funciona no bairro do Ipiranga. A escala 12h x 36h é adotada para os profissionais que atuam diretamente no atendimento aos pacientes.

“Temos muitos funcionários também no modelo de seis dias trabalhados por um dia de descanso. Mas esses continuam contando com as folgas de feriado”, afirma Camila Tinti, do departamento jurídico do hospital.

Para a advogada Flavia Azevedo, sócia da área trabalhista do escritório Veirano Advogados, a medida adotada pelo hospital pode ser questionada na Justiça. Segundo ela, a nova CLT deixa margem de interpretação por parte dos juízes se mudanças como estas valem apenas para novos contratos de trabalho ou podem ser aplicados para contratos antigos.

“Até agora, nas conversas e eventos que participei, os juízes estão se manifestando contrários a mudanças como essas. O entedimento parece ser de que essa alteração para contratos antigos pode ser prejudicial ao trabalhador”, afirma Flavia.

Como justificativa para a afirmação, a especialista cita justamente o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que, segundo o comunicado do hospital, perderia a validade. Em 2012, o TST publicou a súmula 444 afirmando que feriados trabalhados na escala 12h x 36h são remunerados em dobro.

Fonte: Estadão

 

Nova Lei Trabalhista em vigor; Paim prevê ‘milhares de emendas’ à MP que deve alterá-la em alguns pontos


Apreensão geral. Talvez este seja o sentimento de milhões de trabalhadores, formais ou não, com a entrada em vigor, neste sábado (11), da nova norma legal, a chamada Reforma Trabalhista, configurada na Lei 13.467/17. Veja e ouça o que muda com a Reforma Trabalhista.

Na sexta-feira (10), contra a nova lei, o movimento sindical foi às ruas nas principais cidades de todo o Brasil denunciá-la. Leia e veja a cobertura da Agência Sindical ao “Dia Nacional de Luta em Defesa dos Direitos”, em São Paulo.

Apresentada como inovadora e também como a solução para o desemprego recorde, a “reforma”, na visão de quem a concebeu, o mercado, na verdade é um novo código do trabalho, a partir dos interesses, sem mediações do Estado, do capital. Assim entende o DIAP.

Em entrevista na última sexta-feira à Rádio Senado, o senador Paulo Paim (PT-RS) falou da expectativa em relação à medida provisória (MP) que deve ser editada pelo governo para alterar partes da lei.

O acordo fechado entre o governo e senadores que votaram a favor as mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) prevê modificações em dispositivos como o que libera o trabalho de gestantes e lactantes em locais insalubres e a regulamentação da jornada intermitente.

Paim acredita que a MP não vai alterar o que chamou de “essência” da chamada Reforma Trabalhista, que, entre outras novidades, regulamenta o trabalho exercido fora das instalações da empresa e estabelece a prevalência do que for negociado entre patrões e empregados sobre partes da CLT. “Haverá centenas, milhares de emendas [à MP]. Começará outro debate da reforma trabalhista”, disse o senador.

Centrais sindicais

O portal Vermelho fez um “Especial Reforma Trabalhista”, em que, por meio de artigos, os presidentes das centrais sindicais se posicionaram em relação à Lei 13.467/17.

Leia-os: Força Sindical, Nova Central, CGT, CSB, CTB e CUT

Cartilha do DIAP

Com o objetivo de tornar a nova lei mais clara e acessível ao conjunto do movimento sindical, o DIAP lançou cartilha com perguntas e respostas sobre os principais pontos da norma já em vigor.

Elaborada pelo diretor de Documentação do DIAP, Antônio Augusto de Queiroz, a cartilha pretende “denunciar as principais perversidades da ‘reforma’ e ao mesmo tempo fornecer ao movimento sindical sugestões e dicas de lutas e ações para resistir ao desmonte dos direitos trabalhistas e sindicais no Brasil”, diz o presidente do DIAP, professor Celso Napolitano.


Sindicatos tentam adiar impactos da reforma e buscam receita alternativa


Entidades têm conseguido prorrogar negociações e já começam a incluir nos acordos coletivos a cobrança de contribuição sindical obrigatória; nova lei torna contribuição opcional.

Preocupados com a sustentação financeira e com os impactos da nova lei trabalhista, que entrou em vigor no último sábado (11), os sindicatos tentam se blindar de mudanças que consideram prejudiciais para as relações de trabalho e têm buscado alternativas à cobrança do imposto sindical, que com a reforma deixará de ser obrigatório.

A principal estratégia dos sindicatos até então é tentar prorrogar a validade dos atuais acordos coletivos ou aproveitar as negociações das categorias com data-base neste fim de ano para incluir nas convenções cláusulas que garantam a manutenção da obrigatoriedade de homologação de demissões nos sindicatos e a cobrança de uma taxa de contribuição sindical.

Os comerciários de São Paulo, por exemplo, conseguiram um acordo para que qualquer mudança na convenção só seja negociada a partir de 28 de fevereiro, quando se espera já haver maior entendimento sobre a aplicação da reforma e clareza sobre o que ainda poderá ser regulamentado ou alterado pelo governo federal através de medida provisória prometida durante a aprovação do texto no Senado.

“Conseguimos sensibilizar os sindicatos patronais de que interpretações açodadas podem trazer prejuízo e insegurança jurídica”, afirma o presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah, que também é presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores).

“Como essa reforma tem tantas interpretações, a maior parte dos sindicatos tem conseguido postergar a convenção coletiva. Até lá não pode ter nada, nada, nada daquilo que a nova lei fala. Fica como está”.

Já os trabalhadores nas indústrias químicas e farmacêuticas de São Paulo conseguiram, em acordo fechado na última semana, renovar por mais 1 ano todas as cláusulas sociais previstas em convenções anteriores. Eles também barraram propostas como negociação direta do banco de horas com o empregado e redução do piso salarial para o menor aprendiz.

“Perebemos que havia uma certa ansiedade do setor patronal para retirar cláusulas e diminuir conquistas”, diz o presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Fequimfar), Sergio Luiz Leite

A convenção da categoria, que garantiu o repasse integral da inflação para cerca de 300 mil trabalhadores, aprovou também uma contribuição obrigatória de 6% de 1 salário, parcelada em 6 vezes, que será descontada em folha de pagamento e repassada para o sindicato.

Já os petroleiros ainda negociam com a Petrobras a renovação do acordo coletivo, que por enquanto foi prorrogado até o dia 30 de novembro.

“Até agora não temos nenhum caso na CUT em que os nossos sindicatos não conseguiram renovar as convenções”, afirma o secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre. "Se tentarem introduzir pontos da reforma que retiram direitos, nossa orientação é ir para greve”, explica.

A CUT considera vários pontos da nova lei inconstitucionais e lançou uma campanha nacional de coleta de assinaturas para pedir a anulação da reforma trabalhista.

Contribuição sindical negociada em assembleia

O fim do desconto obrigatório da contribuição sindical da folha de pagamento dos trabalhadores com carteira assinada é um dos pontos que mais preocupa os sindicatos, que podem ter de ajustar sua estrutura devido à redução de receitas. Antes da reforma, o imposto sindical, obrigatório, equivale a um dia de trabalho por ano.

A estratégia dos sindicatos para evitar a perda de receita é se valer de um dos principais pilares da reforma, o "acordado sobre o legislado". A intenção deles é incluir nas convenções uma contribuição sindical com taxa definida em assembleia.

“Nas várias convenções coletivas que estão sendo assinadas, os sindicatos organizados estão conseguindo superar o que a lei prevê”, afirma o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna.

O entendimento dos sindicatos é que, uma vez aprovada em assembleia, a contribuição passa a ser obrigatória para todos os trabalhadores beneficiados pelos termos do acordo da convenção coletiva, inclusive para os não filiados.

“É como em um condomínio, você pode dizer que não concorda, mas uma vez aprovado você é obrigado a pagar, porque você irá se beneficiar daquele resultado”, afirma Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese, departamento criado por sindicatos para desenvolver pesquisas de interesse dos trabalhadores.

Corte de despesas e demissões

Apesar da contribuição sindical alternativa em curso, as centrais e sindicatos dizem que a arrecadação será inferior à receita atual e já vem adotando medidas de cortes de despesas.

A Fequimfar estima que a receita anual caíra pela metade, mesmo com a aprovação em assembleia de contribuição de 6% de um salário.

"Hoje, somando a contribuição assistencial e a confederativa são 13,3% média”, afirma Leite. Para se adaptar ao novo orçamento, a federação avalia reduzir os dias de funcionamento da colônia e já teve que fazer demissões.

“Infelizmente, as demissões já estão acontecendo. Tínhamos 5 advogados, estamos agora com 3", conta.

Já o Sindicato dos Comerciários de São Paulo, com 52 mil associados, além de reduzir o número de funcionários, decidiu também alugar parte do prédio da entidade no Centro da capital.

“Vamos diminuir a nossa estrutura, reduzir serviços e alugar parte do nosso patrimônio. Acreditamos que possamos com essa reengenharia ganhar tempo”, diz Patah.

Avanços e riscos

As centrais sindicais criticam diversos pontos da reforma, mas avaliam que o mais importante é garantir o fortalecimento das convenções coletivas e o financiamento da representação sindical.

“A principal reivindicação é que os sindicatos tenham condições de fazer valer o 'negociado sobre o legislado'. E para fazer valer a negociação, o sindicato precisa estar forte", defende o secretário-geral da Força Sindical.

Para o diretor do Dieese, disputas vão existir, fazem parte da regra do jogo, e a valorização das convenções coletivas é o melhor instrumento para manter as relações entre capital e trabalho equilibradas. "Se essa nova legislação vier combinada com uma fragilização da negociação, nós podemos criar um inferno nas relações de trabalho, o que vai ser horrível para os trabalhadores e empresas”, afirma o diretor do Dieese Lúcio.

Para o presidente da Central de Sindicato Brasileiros, Antonio Neto, o fortalecimento da negociação coletiva é que permitirá a incorporação de mudanças previstas na reforma como uma maior flexibilização da jornada e contratos de trabalho.

“Também defendemos isso. É a hora de efetivamente regular em convenção coletiva assuntos que até ontem eram tabus”, diz Neto, citando a jornada 12h x 36h, o home office e a redução do intervalo entre a jornada para almoço. “Você fazia um acordo e de repente isso virava um processo na Justiça do Trabalho, contrariando a convenção coletiva", acrescenta.


Negociação do trabalhador ficou enfraquecida, diz líder sindical


Líder da Força prevê prejuízos aos sindicatos com corte em imposto

Ao desobrigar o pagamento do imposto sindical, que hoje é descontado em folha e equivale a um dia de trabalho, a reforma trabalhista enfraqueceu os sindicatos, na opinião de João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical.

Ele lamenta que os sindicatos não tenham conseguido barrar a votação da reforma, mas diz que a instituição está fortalecida para combater aspectos da nova lei por meio das convenções e acordos coletivos.

"Agora vai crescer o papel das entidades sindicais para negociações nacionais", afirma Juruna.

Folha - A reforma chegou. Qual é a avaliação agora?

João Carlos Gonçalves - Não tivermos força para barrar dentro do Congresso. As entidades sindicais se mobilizaram, mas a nossa representação no Congresso é menor que a dos setores empresariais. Isso também é um aprendizado para nos mostrar o quanto necessitamos investir em quadros que estejam também representando a classe lá. Por outro lado, ao mesmo tempo em que era aprovada a lei, os sindicatos entravam em campanha salarial. A maioria das categorias está conseguindo assinar convenções coletivas que brecam pontos dessa lei.

Quais pontos o sr. considera mais negativos?

A reforma enfraqueceu a instituição sindical. Enfraqueceu o instrumento dos trabalhadores para negociar os seus direitos ao cortar o financiamento sindical.

A retirada do financiamento enfraquece os sindicatos, mas a prevalência do negociado sobre o legislado pode fortalecê-los?

A lei tem esse lado positivo de acabar com aquele controle que a Justiça tinha sobre os movimentos sociais. Agora vai crescer o papel das entidades sindicais para negociações nacionais. Acaba aquela tutela de ir à Justiça. A questão agora é o enfrentamento. Se você tem força, você ganha. Se não tem, não ganha. Na Justiça do Trabalho, os processos aconteciam mais por questões individuais do que coletivas.

Como vão ficar os sindicatos menores?

As federações e confederações terão papel de coordenar as negociações coletivas. Não tem mais essa questão do sindicato mais forte ou mais fraco. Ele faz parte da estrutura sindical que lhe dá garantia como coordenadora do processo de negociação coletiva do país. Por exemplo, se o sindicato de Catalão [Estado de Goiás] fez greve, foi assistido pela confederação nacional dos metalúrgicos.

Quais são as alternativas para esse fim do financiamento que a reforma está trazendo?

Estamos trabalhando com o Congresso Nacional para que seja aprovada uma contribuição no período de negociação coletiva. No momento em que você faz assembleia para tirar as propostas de negociação, você também decide um valor de contribuição ao sindicato. Nessa proposta, todos ajudariam a campanha salarial porque todos são beneficiados, tanto os sócios quanto os não sócios. E o valor seria decidido por eles em assembleia.

 

Protesto contra aplicação dereforma trabalhista foi forte e nacional

Na véspera de entrar em vigor a agressiva reforma trabalhista de Temer, o sindicalismo mostrou unidade e poder de mobilização. O Dia Nacional de Luta em Defesa dos Direitos realizado sexta (10) cumpriu o prometido: protestou, fez greves e principalmente paralisou.

O protesto chamado pelas entidades de base, com forte apoio das Centrais Sindicais na reta final, teve duplo formato: nos locais de trabalho, especialmente fábricas (com destaque para o sindicalismo metalúrgico), foi de massa; nas manifestações públicas agregou dirigentes, militantes, ativistas e grupamentos de categorias mais urbanas.

Além das paralisações nas fábricas em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás, entre outros centros industriais, ocorreram manifestações nas 27 Capitais do País e grandes cidades ou polos econômicos pelo Interior. A mobilização uniu categorias de peso, como petroleiros, químicos, condutores, professores, bancários, portuários, servidores, comerciários, frentistas, padeiros, trabalhadores na alimentação e construção civil.

Para o consultor sindical João Guilherme Vargas Neto, “a jornada foi cumprida com êxito, dentro do esperado”. Segundo ele, a forte predominância metalúrgica expressa o acúmulo de ações do movimento Brasil Metalúrgico e também se encaixa nas campanhas salariais da categoria. Ele menciona o cartaz unitário do ato e arremata: “É o acorda peão em marcha”.

O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros, José Maria Rangel, relatou à Agência Sindical como foi a mobilização da categoria. “Ocorreram manifestações na virada de turnos das refinarias em todo o País, bases administrativas do Sistema Petrobras e aeroportos, onde há embarque de trabalhadores para as plataformas em alto mar”, contou.

“Começamos a parar as fábricas ontem (quinta) à noite no Norte de Minas, em Pirapora. Temos paralisações de metalúrgicos, eletricitários, petroleiros e outras categorias em muitas regiões Temos que organizar a greve geral, caso o governo tente aprovar a reforma da Previdência”, ressaltou Zé Maria de Almeida, dirigente da Federação Democrática dos Metalúrgicos de Minas Gerais.

São Paulo - A manifestação na Praça da Sé, ponto histórico das jornadas democráticas, reuniu em SP no final da manhã os principais dirigentes das Centrais Sindicais e outras entidades. O Fórum Sindical dos Trabalhadores, que congrega 22 Confederações, também marcou presença.

Artur Bueno de Camargo, presidente da CNTA e coordenador do FST, destacou o caráter nacional do movimento e atos fortes em várias cidades. Sua fala: “Os companheiros relatam protestos em todas as Capitais. Estive em Campinas cedo e o ato estava muito forte”. Além das críticas à reforma, Artur entende ser preciso politizar o discurso e apertar a fiscalização sobre deputados e senadores.

Juruna - João Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força Sindical, valorizou a unidade do sindicalismo e a capacidade de mobilização. Diz Juruna: “O protesto mostra não só nosso repúdio ao corte de direitos. Ele acumula forças para futuras negociações com o patronato, o Congresso e o próprio governo”.

Miguel Torres, presidente da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e vice-presidente da Força Sindical, informou que "nas últimas semanas, aconteceram, em todo o País, diversos encontros, seminários, congressos, jornadas e outros eventos destinados a debater a reforma trabalhista (Lei 13.467/2017), avaliar seus impactos ou orientar a resistência, nas frentes cabíveis. Um dos eventos de peso foi a 2ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho da Anamatra".


O imposto sindical deve ser mantido?


Uma vez por ano, os trabalhadores registrados, contratados em regime CLT, pagam o equivalente a um dia de seu salário para os sindicatos. É uma transferência obrigatória, descontada direto da folha de pagamento. O governo arrecada o dinheiro e depois repassa 90% dele para sindicatos, federações, confederações e centrais sindicais.

Esse pagamento se chama contribuição sindical, também conhecida como imposto sindical. E o relator da proposta de reforma trabalhista enviada pelo governo federal à Câmara, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), quer transformá-la numa contribuição optativa.

Esse item não estava previsto no texto elaborado pelo governo, mas Marinho o incluiu em seu relatório, apresentado na quarta-feira (12) à comissão especial da Câmara que analisa o tema. R$ 3,6 bilhões é quanto a contribuição rendeu a entidades sindicais em 2016

A contribuição é a principal forma de financiamento da maioria dos sindicatos. No site do Ministério do Trabalho é possível checar quanto cada um ganhou. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, por exemplo, recebeu em 2016 R$ 1,05 milhão líquido por meio dessa rubrica.

A proposta de Marinho é polêmica e não tem o apoio do governo Michel Temer. A CUT (Central Única dos Trabalhadores) defende o fim da contribuição obrigatória, pois diz que isso acabaria com os sindicatos de fachada e fortaleceria os que atuam junto aos trabalhadores.

Já a Força Sindical e a UGT (União Geral dos Trabalhadores) querem a manutenção do sistema atual. Elas afirmam que acabar com a contribuição obrigatória enfraqueceria as entidades e o poder de negociação dos trabalhadores.

Como o dinheiro da contribuição sindical é dividido 60% vai para os sindicatos, que representam os trabalhadores de uma categoria na esfera municipal. Podem abarcar mais de uma cidade

15% vai para federações sindicais, que representam diversos sindicatos de uma categoria na esfera estadual

5% vai para confederações sindicais, que representam os sindicatos de uma categoria em esfera federal

10% vai para as centrais sindicais, que representam um conjunto de sindicatos, federações e confederações, de profissões e regiões geográficas variadas

10% vai para o fundo de Amparo ao Trabalhador, que é administrado pelo governo, ajuda a custear seguro-desemprego, abono salarial e outros programas.

O Nexo perguntou a dois congressistas envolvidos nesse tema se a contribuição sindical deve se tornar optativa. Foram questionados:

Rogério Marinho, deputado federal pelo PSDB do Rio Grande do Norte, relator da reforma trabalhista e defensor do fim da contribuição sindical obrigatória Paulinho da Força, deputado federal pelo Solidariedade de São Paulo, ligado à Força Sindical e defensor da contribuição sindical obrigatória

Os trabalhadores devem pagar obrigatoriamente um dia de seu salário para os sindicatos? Por quê?

Rogério Marinho

Não. A contribuição obrigatória, ou o chamado imposto sindical obrigatório, ao lado da unicidade sindical, é um resquício do fascismo na nossa relação trabalhista. Isso desequilibra o processo sindical, permite a criação de sindicatos que não atendem ao interesse dos seus associados. Isso permite a criação de sindicatos que não atendem ao interesse dos seus associados Estamos falando de uma montanha de R$ 3,6 bilhões por ano que não tem fiscalização do Tribunal de Contas da União, apesar de ter caráter de imposto, por ser obrigatório. Não há nenhuma prestação de contas desses valores. Então, além de dar democracia ao sindicalismo, a medida [de tornar a contribuição opcional] visa fortalecer os sindicatos que são representativos, pois vão sobreviver à nova regra.

Paulinho da Força

A contribuição sindical é um elemento importante para a organização das entidades de defesa dos trabalhadores. O custo é pequeno frente aos ganhos que o trabalhador obtém com a sustentação de seus sindicatos. O custo é pequeno frente aos ganhos que o trabalhador obtém As entidades sindicais oferecem, na grande maioria, serviços complementares ao sistema público de saúde, prestam assistência jurídica e atuam em defesa de direitos e a favor de reivindicações dos trabalhadores. Por trás do fim da contribuição sindical está, nitidamente, o interesse de destruir as organizações de trabalhadores. Qual é a desvantagem de a contribuição sindical ser obrigatória?

Rogério Marinho

A desvantagem é justamente manter em funcionamento sindicatos pelegos, que não representam os interesses dos seus associados. Além de que tira a liberdade do trabalhador em optar se deseja ou não contribuir com o seu sindicato. Aqueles sindicatos que realmente têm a condição e a capacidade de reunir filiados, fazer convenções com grande número de associados e representar com dignidade as suas respectivas classes, sobrevivem. E há aqueles que são meramente fachada, que existem apenas para receber esse recurso que é subtraído dos salários dos trabalhadores brasileiros, um dia por ano, de forma coercitiva e obrigatória. Que esse recurso seja melhor aplicado. Qual é a vantagem de a contribuição sindical ser obrigatória?

Paulinho da Força

Os sindicatos atuam a favor de todos os trabalhadores de suas categorias profissionais, não apenas dos associados. Os acordos e contratos coletivos valem para todos. É correto, portanto, que todos contribuam para a manutenção desses serviços, à medida em que todos são beneficiados por eles. O que acontecerá se a contribuição sindical se tornar optativa?

Rogério Marinho

Serão fortalecidos exatamente os sindicatos que possuem representatividade nas suas categorias, que representam os interesses dos seus associados e, por isso, têm legitimidade para que continuem atuando. No Brasil nós temos mais de 17 mil sindicatos, é o país da piada pronta. Temos até o Sindicato de Trabalhadores em Sindicatos. Enquanto outros países possuem bem menos. Na Argentina são cerca de 100. Na Inglaterra, berço do sindicalismo, são cerca de 200. Na Alemanha é bem menos que isso. E são entidades muito mais representativas.

Paulinho da Força

As entidades sindicais terão graves problemas de sobrevivência. Haverá menos recursos para o trabalho de comunicação com as bases. Não será fácil, para a maioria das entidades, seguir prestando serviços ao trabalhador. O projeto neoliberal de acabar com a organização dos trabalhadores terá conquistado seu maior avanço. O Brasil, assim, dará um grande passo em direção ao passado. O que se vende como modernidade é, na verdade, o início do fim do Brasil tal qual o conhecemos, com alguma rede de proteção social e de direitos.

 

Trabalhadores da Força Sindical BA dizem não às reformas em Dia de Mobilização

Às 06h30 as Centrais realizaram um ato na entrada da estação da Lapa, na região do Dique do Tororó. A Força Sindical saiu do Campo da Pólvora, às 10 horas, junto com os trabalhadores da Construção Pesada, caminhando pelo centro da cidade. Às 11h, entidades sindicais e movimentos sociais caminharam do Campo Grande até a Praça Castro Alves.

Protestos semelhantes aconteceram em Feira de Santana, Serrinha, Coité, Santo Estevão, Jequié, Serra Preta, Vitória da Conquista, Itapetinga, São Domingos, entre outras cidades.

Para Emerson Gomes, presidente da Força Sindical BA, os trabalhadores mostraram que não vão se calar. “A tradição dos trabalhadores brasileiros em lutar pela manutenção e por mais direitos está sendo posta em prática no atual momento do país. Vamos fazer o nosso papel e defender os trabalhadores. Não aceitaremos que precarizem ainda mais as relações de trabalho. Não aceitaremos que os trabalhadores trabalhem até morrer e que autorizem o trabalho escravo no Brasil,”, disse Emerson.

Os atos do Dia Nacional de Manifestação e Luta tiveram três pontos centrais:

Reforma trabalhista –A Lei 13.467/17 barateia a mão de obra, legaliza o “bico” e tira do trabalhador o direito à proteção, enquanto os patrões aumentam seus lucros à custa desta exploração.

Reforma previdenciária – Esta medida é um crime contra a sociedade brasilira e prejudica, principalmente, os mais pobres. O governo não apresenta os cálculos exclusivos da Previdência, não apresentou nenhuma auditoria específica e muito menos divulga a lista das empresas devedoras do INSS.

Trabalho escravo – É inadmissível, inconstitucional e desumano alterar o conceito de trabalho escravo na legislação brasileira. O Brasil é referência mundial na luta contra esse crime. As Centrais exigem a revogação da Portaria nº 1.1129 do Ministério do Trabalho que, na prática, dificulta o combate ao trabalho escravo no país.

Construção Pesada, Servidores Públicos, Técnicos de Enfermagem, Professores, Comerciários, Bancários, Metalúrgicos, Aeroviários, Trabalhadores do Polo e da Petrobrás foram algumas das categorias que pararam as atividades ou realizaram manifestações nos locais de trabalho.

 

Reação de juízes trabalhistas cria insegurança que pode durar anos

Aprovada em menos de cinco meses pelo Congresso, a reforma trabalhista proposta pelo presidente Michel Temer começará agora a enfrentar um duro teste, em que as novas normas serão submetidas ao crivo da Justiça do Trabalho.

Nas últimas semanas, juízes, procuradores e advogados fizeram inúmeras críticas à nova lei, apontando falhas e incoerências que deverão alimentar controvérsias que os tribunais levarão anos para pacificar.

Em outubro, centenas de juízes reunidos num congresso da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) aprovaram 125 teses sobre dispositivos da reforma e declararam vários deles contrários a princípios estabelecidos pela Constituição.

Embora ninguém seja obrigado a seguir as teses do congresso, elas foram recebidas no meio jurídico como um alerta sobre a disposição dos juízes trabalhistas e um sinal de que asempresas precisarão agir com cautela ao adotar as novas normas.

"Um dos objetivos da reforma era trazer mais segurança, mas o posicionamento dos juízes cria insegurança e poderá até aumentar o volume de ações trabalhistas num primeiro momento", afirma a advogada Letícia Ribeiro, sócia do escritório Trench Rossi Watanabe.

Uma das teses dos juízes põe em xeque um dos pilares da reforma, a consagração do princípio de que as condições acertadas entre patrões e empregados devem prevalecer sobre a legislação em várias situações.

A nova lei permite que isso ocorra em negociações sobre jornada de trabalho, banco de horas, intervalo para almoço e outros assuntos. Mas os juízes dizem que a Constituição garante que normas mais benéficas sejam aplicadas sempre que houver desentendimento.

Na prática, esse princípio pode levar os juízes a rejeitar acordos que considerem desfavoráveis aos trabalhadores. A nova lei estabelece que direitos como salário mínimo, férias anuais, 13º salário e FGTS não podem ser negociados.

EMBATE

A reforma deverá reacender velhas controvérsias. Uma súmula aprovada pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho) em 1993 fixou o entendimento de que as empresas não poderiam terceirizar sua atividade principal, mas a nova lei permite que isso ocorra. Agora, a súmula terá que ser revisada.

O presidente do TST, Ives Gandra da Silva Martins Filho, um entusiasta da reforma, pretende iniciar logo a revisão das súmulas afetadas pelas novas normas, mas o processo pode ser demorado por causa das divergências no tribunal, que é composto por 27 ministros.

"Haverá forte embate interno", diz o presidente da Anamatra, Guilherme Feliciano. "A reforma foi aprovada sem uma discussão ampla, e por isso é natural que os problemas sejam corrigidos no Judiciário agora."

Se a discussão seguir o ritmo habitual da Justiça trabalhista, algumas questões poderão demorar mais de uma década para serem pacificadas, dizem advogados.

"O melhor jeito de superar a insegurança jurídica será negociar de boa-fé acordos que pressuponham vantagens para as duas partes, empresas e trabalhadores", afirma o advogado Iraci Borges, que representa o Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba. "Sem isso, as empresas continuarão no escuro."

Fonte: Folha de SP

 

TRT5 funciona em regime de plantão durante o feriado da Proclamação da República (15/11)


Já está disponível no Portal do TRT5, na aba “Funcionamento”, link "Plantões Judiciários" as escalas de magistrados e servidores da primeira e da segunda instâncias do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região que atuarão em regime de plantão durante o feriado da Proclamação da República (15/11). Os prazos processuais estarão suspensos, sendo garantido o atendimento em medidas de urgência, como mandados de segurança, liminares e habeas corpus.

Secom TRT5 – 13/11/2017

 

Para evitar contestações, reforma estreia com previsão de mudanças

Governo avalia se envia medida provisória ou projeto de lei para mudar oito pontos na nova legislação, que promoveu a maior alteração na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de 1943

Brasília - A reforma trabalhista que entrou em vigor no sábado passado, dia 11, nasceu sob fogo cruzado. Já foram registrados três projetos da oposição pedindo a revogação da matéria. O próprio governo pretende mudar a lei logo depois do texto começar a valer.

Há a tendência de que as mudanças sejam feitas por medida provisória (MP) para atender de senadores da base aliada. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), prefere projeto de lei. Seja qual for, a solução deve fixar que a lei atinge os contratos de trabalho em vigor e não apenas os novos.

Há ainda disposição do Ministério Público para tentar suprimir trechos da nova legislação no Supremo Tribunal Federal (STF). E, todos esses obstáculos, sem falar na determinação dos sindicatos de trabalhadores de repudiar a iniciativa por ter sepultado o imposto sindical, suprimindo arrecadação que, em 2016, rendeu R$ 2,9 bilhões.

CLT transformada

Em defesa das mudanças, os parlamentares governistas que abraçaram as modificações apontam que os movimentos de contestação não irão reverter o novo marco que consolidou a maior transformação na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), editada em 1943.

A favor dessa argumentação pesa o fato de que a Procuradoria-Geral da República (PGR), na época em que o procurador Rodrigo Janot estava no comando do órgão, ajuizou no Supremo ação direta de inconstitucionalidade contra apenas três dos 208 artigos alterados na CLT.

Na quinta-feira passada, dia 9, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que o governo vai editar MP para complementar a reforma trabalhista. Em pronunciamento na tribuna do Senado, o peemedebista previu o surgimento de estímulos à consolidação de mais postos de trabalho no País.

"Essa nova legislação trabalhista vai propiciar que nós tenhamos a condição de ampliar o nível de contratação de empregos, exatamente porque serão caracterizadas outras relações trabalhistas oficiais, legais que darão condição de que se possa ampliar a condição de contratação, tendo em vista as peculiaridades da necessidade de cada setor produtivo, de cada setor que emprega mão de obra no nosso País", explicou.

Pela MP ou, posteriormente, por meio de projetos de lei com urgência constitucional, ainda há um comprisso do governo em fazer ajustes em oito pontos da reforma, para atender reivindicações da própria base aliada, aliás, conforme previsto em acordo feito em julho e que permitiu a sanção da lei, evitando o retorno da matéria à Câmara.

Entre eles, estão trabalho intermitente [jornada parcial por dia ou hora] apenas para comércio e serviços; trabalho insalubre para gestantes e lactantes, desde que autorizado por médico de confiança da trabalhadora; contratação de autônomos, comissões de empresas com mais de 200 empregados; manutenção do intervalo de 15 minutos; até o início da jornada extra, para mulheres. O líder do governo no Senado, Romero Jucá, anunciou que as sugestões dos aliados reunidas em oito pontos principais serão atendidas.

Já o relator da reforma trabalhista na Câmara, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), disse que outros aperfeiçoamentos, de maior consistência, devem ser feitos por meio de um Projeto de Lei, com urgência constitucional. "Então, eu quero acreditar que é isso que vai ocorrer em relação à reforma trabalhista."

Contratos em vigor

A questão da aplicabilidade da nova lei é um dispositivo defendido pelo principal redator do texto da nova lei, o juiz Marlos Melek, da Justiça do Trabalho, pois a interpretação da lei pode limitar a aplicação da reforma. "Acredito que a MP que virá será para dizer que a reforma trabalhista se aplica a todos os contratos, antes e a depois do 11 de novembro", disse o juiz trabalhista.

Melek ponderou que há dúvidas sobre a aplicabilidade da lei devido à questão dos direitos adquiridos, mas ele considera que somente devem ser preservados os direitos que são os constitucionais como a licença maternidade, o FGTS, as férias e o 13º salário. "Já a redução do intervalo do almoço de uma hora para 30 minutos, isso poderá ser alterado, desde que o trabalhador e seu sindicato concordem", explicou.

Outro conteúdo que ele espera ver na MP é a regulamentação do bônus de produtividade, que não pode ser superior a 50% do salário, por metas atingidas e sem a incidência de tributos que oneram a folha de pagamento, como a contribuição previdenciária.

Cautela

O procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, recomendou cautela aos empregados e empregadores em relação à reforma trabalhista. "As mudanças são muito profundas, e é preciso que todos entendam essas mudanças, para evitarmos que haja o recrudescimento das relações sociais, que se tornem as relações trabalho em relações bélicas e evitar, também, o passivo trabalhista depois, que possa inviabilizar a empresa", disse.

Fleury avalia que o MPT vai continuar atuando da mesma forma de antes da reforma trabalhista. "Cada procurador, dentro da sua independência funcional, vai fazer a sua interpretação, principalmente levando em consideração os princípios constantes na Constituição, como a centralidade da pessoa humana, o respeito à dignidade do trabalhador, do trabalho, a distribuição da justiça social e também com relação às normas, tratados e convenções internacionais que foram ratificados pelo Brasil. "

Para ele, "a reforma apenas retira direitos". Fleury chegou a sugerir a Temer o veto integral da lei. "Entendo que não há nenhuma relação entre a retirada de direitos e a geração de empregos", argumentou.

Abnor Gondim

 

87% dos consumidores pretendem fazer compras na Black Friday

SÃO PAULO - Comprar produtos durante a Black Friday é uma intenção de 87% dos consumidores brasileiros em 2017, de acordo com levantamento do Ibope Inteligência em conjunto com o Google. A intenção de compra é menor que no ano passado, quando 89% dos respondentes diziam pretender comprar algo na data.

O gasto médio no evento é estimado em R$ 1.071, valor 2% inferior ao R$ 1.095 do ano passado.

Eletrônicos e eletrodomésticos ainda lideram o ranking dos produtos preferidos: 65% das pessoas pretendem comprar algum tipo de produto dessas categorias na próxima edição da Black Friday, que acontece no dia 24 de novembro. Roupas e calçados aparecem em segundo lugar, mencionados por 47% dos entrevistados.

Na categoria de eletrônicos, os celulares seguem sendo os mais cobiçados. Aparecem nas intenções de 37% dos consumidores, patamar próximo dos 38% do ano passado. Cresceu, no entanto, a intenção de compra de televisores. Segundo produto de maior intenção de compra na categoria de eletrônicos, as TVs de tela fina eram desejadas por 22% das pessoas no ano passado e hoje aparecem entre os interesses de 25% dos consumidores.

Lojas físicas

O estudo identificou ainda que a intenção dos consumidores é comprar online e também em lojas físicas. O comércio eletrônico é o destino de compra para 92% dos consultados, mas muitos deles também devem ir a lojas físicas. A intenção de comprar fora do mundo virtual é de 34%.

Estadão Conteúdo

     
Desenvolvimento
Consir
Sindicato dos Comérciários de Senhor do Bonfim
Rua Visconde do Rio Branco, 229 - Centro - CEP 48970-000 - Senhor do Bonfim / BA
Fone (74) 3541-2805