Militantes dos sindicatos ligados a União Geral dos Trabalhadores (UGT), e centenas de trabalhadores das demais centrais sindicais realizaram na manhã dessa terça-feira (16) um ato em frente ao prédio da Fiesp ( Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), localizado na avenida Paulista, coração financeiro de São Paulo. O ato aconteceu em todas as cidades do País e marcou o Dia Nacional de Mobilização e Luta pelo Emprego e pela Garantia de Direitos.
UGT, CUT, CSP Conlutas, CGTB, Força Sindical , Intersindical e Nova Central decidiram realizar o protesto em frente ao prédio da Fiesp por causa das declarações feitas pela alta cúpula da entidade e, em especial, contra as ameaças propostas pelos representantes do governo interino de Michel Temer aos direitos trabalhistas e previdenciários. ”Em defesa dos direitos dos trabalhadores, as centrais sindicais estão aqui reunidas com uma responsabilidade importante que é a da defesa do bem estar social e das condições de trabalho”, ressaltou Canindé Pegado, secretário Geral da UGT.
“Esta ação marca a reconstrução da unidade das centrais sindicais e nós da UGT-SP não vamos para com essas mobilizações, a nossa missão é promover ações em todas as nossas regionais do Estado de São Paulo, pois não vamos admitir a retirada de direitos e retrocesso na legislação trabalhista”, explica Luiz Carlos Motta, presidente da UGT-SP e da Federação dos Comerciários do Estado de São Paulo (FECOMERCIÁRIOS).
Motta ressaltou que justamente na data de hoje, iniciaram as campanhas eleitorais em todo o país e que a classe trabalhadora está passando por momentos difíceis justamente porque é, em todas as esferas governamentais (municipal, estadual e federal), a bancada mais fragilizada, a que tem poucos representantes e isso influencia, diretamente, na governabilidade e na aprovação de propostas que visam a defesa da classe trabalhadora e o bem estar social. “Nós precisamos eleger mais representantes que defendam os direitos trabalhistas. Estão querendo mexer nos nossos direitos porque temos poucos representantes e nós dirigentes sindicais precisamos pensar nisso nas próximas eleições. O voto consciente é muito importante para enfrentar esse momento de dificuldades”, conclui.
Entre as reivindicações, os líderes presentes ressaltaram que se persistirem as ameaças de implantação de uma política de austeridade, em que, quem irá pagar o PATO, definitivamente, é a população mais pobre e a classe trabalhadora.. “Até agora ninguém falou nada em taxar a fortuna do sr. Paulo Skaf, cobrar sobre o seu jatinho ou sua lancha. Até agora não falaram em alterar as aposentadorias daqueles que recebem benefícios astronômicos, mas todos do governo são categóricos em afirmar que a população, que recebe um ou dois salários mínimos, são os culpados pelo suposto rombo na previdência”, completa Wagner José de Souza, diretor da UGT.
Representantes de diversos movimentos sociais também estiveram presentes ao ato. Mulheres, Idosos, Negros e Juventude participaram das ações em repúdio a toda e qualquer forma de flexibilização de direitos trabalhistas ou sociais. “Entendemos que a luta pelos direitos dos trabalhadores, atinge diretamente a juventude do nosso país”, reforça Caio Guilherme da Silva Santos, União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES).
Por Fábio Ramalho – imprensa UGT / Foto – FH Mendes
Licença paternidade, pais também tem direito de faltar para levar filhos ao médico
A CLT prevê o direito do pai de acompanhar o filho de até 6 anos ao médico no horário de trabalho, um dia por ano. Medida do TST (Tribunal Superior do Trabalho), no entanto, recomenda a ampliação para dois dias
Pai viúvo, divorciado, adotivo, com guarda compartilhada. É inegável a importância da figura paterna na criação e educação dos filhos. O papel de provedor distante é, a cada dia, substituída pelo pai participativo, que dá banho, corrige lição de casa, leva para festas e cuida da saúde. E, por isso, ele tem de exercer seus direitos, como a licença-paternidade e a possibilidade de se afastar do trabalho para cuidar dos filhos, destaca o Ministério do Trabalho.
A licença-paternidade é de cinco dias seguidos, a contar do primeiro dia útil após o nascimento do filho, sendo que no serviço público federal e em empresas que fazem parte do Programa Empresa Cidadã o período é ampliado para 20 dias corridos. A mesma regra vale para homens que adotarem filhos. “Esse é um direito do pai. É uma licença remunerada sem prejuízo ao salário”, destaca o secretário de Relações do Trabalho, Carlos Lacerda.
Lacerda lembra que, embora muitos pais não saibam, eles também têm o direito de se ausentar do trabalho para levar os filhos pequenos ao médico duas vezes por ano, sem desconto na folha de pagamento ou no banco de horas. “Muitas crianças de famílias separadas vivem com os pais, que precisam dar conta das necessidades dos filhos.”
A CLT prevê o direito do pai de acompanhar o filho de até 6 anos ao médico no horário de trabalho, um dia por ano. Medida do TST (Tribunal Superior do Trabalho), no entanto, recomenda a ampliação para dois dias. Por meio do precedente normativo 95, o TST aplica aos dissídios coletivos a seguinte cláusula: “Assegura-se o direito à ausência remunerada de um dia por semestre ao empregado, para levar ao médico filho menor ou dependente previdenciário de até 6 anos de idade, mediante comprovação no prazo de 48 horas.” No entanto, é necessário que a regra conste no dissídio da categoria.
Há, ainda, a licença especial, concedida quando os pais precisam dar assistência especial ao filho até os 6 anos. Ela pode ser integral por três meses, parcial por 12 meses (quando o pai trabalha meio período e cuida do filho no outro) ou intercalada, desde que as ausências totais sejam equivalentes a três meses. Neste caso, é preciso avisar a empresa com antecedência e apresentar atestado médico que comprove a necessidade. (Fonte: Diário do Grande ABC)
Salários de homens e mulheres se aproximam, revela estudo
Quando comparados profissionais trabalhando no mesmo nível hierárquico, a média global cai para 6,5%, enquanto no Brasil fica em 15,3%. Na comparação entre profissionais de mesmo nível dentro da mesma empresa, a diferença global cai para 2,2% e a brasileira, para 5%
Quando vista de forma geral, a diferença salarial entre homens e mulheres que trabalham em empresas de médio e grande porte é de quase 30% no Brasil. Ela cai, no entanto, na medida em que se comparam profissionais do mesmo nível hierárquico, setor e área de atuação, chegando a apenas 1,6% quando todos esses fatores são levados em conta.
Os dados são de um estudo global da consultoria Korn Ferry Hay Group, que analisou os salários fixos de quase nove milhões de funcionários de empresas de médio e grande porte em 33 países, incluindo 504 do Brasil. Para definir os cargos em diferentes países e companhias, a consultoria usou uma metodologia própria que analisa o escopo das responsabilidades e o conhecimento exigidos para a função, desde cargos operacionais à alta liderança.
Globalmente, quando analisados todos os cargos e setores, a diferença entre salários de homens e mulheres é de 17,6%, e no Brasil, 29,8%, uma das maiores diferenças, próxima à encontrada no México e no Reino Unido.
Quando comparados profissionais trabalhando no mesmo nível hierárquico, a média global cai para 6,5%, enquanto no Brasil fica em 15,3%. Na comparação entre profissionais de mesmo nível dentro da mesma empresa, a diferença global cai para 2,2% e a brasileira, para 5%. E quando a pesquisa leva em conta a mesma área de atuação na companhia – uma comparação entre profissionais no mesmo cargo – a média brasileira se iguala à global, de 1,6%.
Para o que o gerente de informações da Korn Ferry Hay Group, Carlos Silva, a pesquisa aponta que além de as profissionais mulheres terem pouca representação nos níveis hierárquicos mais altos das empresas, elas também estão mais concentradas em setores e áreas de atuação com remuneração menor. “Sabemos que há diferenças na remuneração entre os setores e áreas.
Tipicamente as áreas de negócio, e que trazem resultados mais diretamente, são mais valorizadas dentro da companhia”, explica. Departamento que normalmente emprega mais mulheres, o RH, por exemplo, é considerado uma área de suporte na maioria das empresas, o que resulta em salários mais modestos quando comparados com a de finanças – que ainda é dominada por homens. (Fonte: Valor Econômico)