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Crise não freia avanço de grandes varejistas

A crise fez o varejo encolher em vendas e nos lucros obtidos, mas não foi suficiente ainda para brecar o ritmo de abertura de lojas no país.

Levantamento feito pela Folha com 15 das 20 maiores redes varejistas do Brasil mostra que, no acumulado de nove meses, foram inaugurados 452 novos pontos de venda, o que representa expansão de 3,7% em relação aos 436 abertos entre janeiro e setembro do ano passado.

O fechamento de lojas, concentrado em redes que atuam no segmento de eletroeletrônicos e roupas, também foi menor neste ano: 87 fecharam as portas ante 104 no ano passado.

Foram consultados grupos com os 20 maiores faturamentos em 2014. São redes do segmento de supermercados, eletroeletrônicos, vestuário, farmácias e construção civil.

O que pode explicar, em parte, os números deste ano serem melhores do que os de 2014 é que a intensidade da crise econômica leva mais tempo para ter impacto no fechamento de unidades, dizem analistas do setor. Mas eles alertam para o fato que o fechamento de lojas pode aumentar a partir do primeiro trimestre de 2016.

"O comércio sabe que os resultados do ano foram e serão muito ruins. Ninguém quer sair se reestruturando, fechando loja agora, às vésperas das vendas de Black Friday e do Natal. Esperam o 13º salário como nunca e sabem que essas datas podem ser o único 'respiro' do ano", diz Eduardo Terra, que preside a SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo), entidade com executivos, empresários e especialistas do setor.

ABRE E FECHA - Movimentação nas 20 principais redes de supermercados, vestuário, cosméticos, farmácias e de material de construção*

A crise econômica se acentuou de janeiro para cá, mas começou a atingir o comércio com mais força no segundo semestre. As vendas recuaram 6,9% em agosto deste ano ante igual mês do ano passado, conforme o IBGE. Foi a maior queda registrada desde março de 2003 (-11,4%), quando a economia enfrentava o impacto das incertezas de um primeiro governo Lula.

Segmentos como móveis e eletrodomésticos tiveram resultados ainda piores: recuaram 18,6% na mesma comparação.

"As empresas estão no olho do furacão e tem de discutir agora planos para 2016, definir orçamento e quanto dele será destinado a abertura de lojas. A partir do ano que vem, a situação tende a inverter: menos lojas abrindo e mais fechando", afirma Terra.

Outro fator a ser considerado nos resultados deste ano é que redes de maior porte também aproveitaram a crise para avançar e ganhar espaço, avalia Claudio Felisoni, professor da USP e presidente do Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo).

"Em situação mais difícil, as empresas de menor porte acabam passando o ponto em condições melhores. O preço do aluguel cai, os imóveis custam menos e isso abre espaço para as grandes, com maior poder de negociação, avançarem", diz. "Em 2016, pode ser outra história."

PEQUENAS x GRANDES

No segmentos de supermercados, as lojas de menor porte -chamadas de vizinhança ou proximidade- são as que mais crescem.

No GPA (Grupo Pão de Açúcar), 11 unidades do Minimercado Extra e Minuto Pão de Açúcar foram abertas somente no terceiro trimestre. No concorrente, são 11 lojas do Carrefour Express abertas no ano ante quatro no ano passado.

"São os grandes disputando espaço com os mercadinhos de bairro", diz Felisoni.

Com a inflação em alta, as redes também estão de olho nos clientes que buscam preços melhores nos atacarejos e investem na abertura dessas lojas. O GPA abriu oito unidades do Assaí nos últimos 12 meses. O Carrefour inaugurou o mesmo número de lojas do Atacadão somente neste ano.
VENDAS ON-LINE
Enquanto as grandes supermercadistas miram lojas de menor porte, as de eletroeletrônico e construção civil focam também nas vendas on-line para ajudar a compensar os resultados mais fracos das lojas físicas.
No Magazine Luiza, o e-commerce representa cerca de 20% do faturamento da rede. Há cerca de um ano, correspondia a 16%.
"A estratégia para driblar a crise é ser cada vez mais multicanal", diz Marcelo Silva, CEO do Magazine Luiza.
A rede vende 45 mil itens pela internet e deve ampliar a diversidade de produtos. Em uma loja física, são cerca de 4.000 itens.
"Neste ano, que sabemos que é dificílimo, temos de aproveitar todas as oportunidades. Como dizia o antigo presidente da rede Bom Preço, varejo é como barba: todo dia tem de fazer bem feito."
No ano, a Magazine Luiza abriu 25 lojas ante três em igual período do ano passado. Não fechou unidades. Em 2014, foram 12 unidades encerradas -todas da marca Baú, adquirida pelo grupo.
"Fechar loja é a última coisa que fazemos. Essas 12 foram mantidas por quase um ano e meio, e a decisão de fechá-las só foi tomada por sobreposição com as da Magazine", diz Silva.
A Leroy Merlin, que abriu quatro lojas de grande porte neste ano, também tem projetos para aumentar as vendas on-line e planos para fincar pé em cidades consideradas periféricas.
"De 10 mil queremos chegar a 30 mil artigos no e-commerce e ser o maior site de comércio da construção. Estamos investindo em tecnologia, sistemas e pensando no longo prazo", diz Alain Ryckeboer, diretor-geral da Leroy Merlin.
Mas a rede também projeta manter investimentos na abertura de lojas. "Quando a crise passar, quem ficou parado vai perder. A meta é ter 110 lojas em 2025. Hoje, temos 36."
Na rede de farmácias Pague Menos, a estratégia também é ampliar a atuação em cidades com menos de 100 mil habitantes.
"Das 800 unidades no país, metade está no Nordeste e estamos presentes em cidades que não dependem somente de carteira assinada. Vamos manter esse foco e chegar em 2017 com mil lojas", diz Francisco Deusmar Queirós, presidente da rede.


Abras prevê fim de ano com vendas estáveis nos supermercados

O setor supermercadista espera desempenho estável para as vendas de fim de ano em relação ao mesmo intervalo de 2014, segundo a pesquisa de Natal da Abras (Associação Brasileira de Supemercados), elaborada pelo departamento de economia e pesquisa da entidade e apresentada nesta quarta-feira.

Em comunicado, a Abras informa que, ao se considerar “o momento difícil da economia brasileira”, esperar um Natal estável, “com leve alta de 0,4% nas vendas, é ser otimista”.

“Acreditamos que a tradição das festas de Natal e Ano Novo impulsione o consumo nos supermercados neste fim de ano. As encomendas das empresas do setor para a indústria e demais fornecedores continuam, mesmo em volumes menores, e acreditamos no período como forte aliado para equilibrar o resultado de vendas das empresas no ano”, escreveu em nota o conselheiro consultivo da Abras, Sussumu Honda.

O setor espera que as vendas nominais de cerveja cresçam 17,4% no período, com alta real de 4,2%. Quanto aos produtos típicos de Natal, o setor espera que as vendas nominais de frutas frescas cresçam 17% no intervalo — alta real de 3,4%. “Vinhos nacionais, peru e tender devem registrar queda real em suas vendas”, informa a associação. Nos vinhos, a estimativa é queda de 2%, e para peru e tender, a redução é de 1%.

De acordo com a pesquisa, 25,4% dos supermercadistas pretendem contratar mão de obra temporária para o período de fim do ano — inferior ao apresentado em 2014, quando a taxa era de 37,1%.

 

Inflação deve passar de 10% com alta no preço de alimentos e energia

Pela primeira vez em 12 anos, a inflação oficial, medida pelo IPCA, deve chegar a dois dígitos no acumulado em 12 meses.

Economistas consultados pela Folha preveem que a alta dos preços dos alimentos e da energia vão colocar o índice pouco acima de 10% em novembro.

A última vez que isso ocorreu foi em novembro de 2013, quando chegou a 11,02%. Naquele ano, o país enfrentava uma crise gerada pela incerteza do mercado financeiro sobre o primeiro governo do PT.

Em outubro, a inflação oficial do país foi de 9,93% em 12 meses. Metade dessa alta veio do custo de se morar (com alta da energia elétrica e taxa de água e esgoto) e de comer (com alta dos alimentos).

Inflação - Variação do IPCA, em %

Pelos cálculos da LCA Consultores, a inflação mensal deve até desacelerar de outubro (0,82%) para novembro (0,66%). Mas isso será insuficiente para impedir que em 12 meses o índice acumule uma alta de 10,09%.

Segundo a consultoria, a energia elétrica residencial deve subiu 2,13% este mês, acelerando em relação aos 0,87% de outubro. O motivo é o reajuste de 16% na tarifa de energia da concessionária Light, no Rio.

"A inflação deve fechar o ano acima de 10% se o o governo aumentar o preço da CIDE dos combustíveis de R$ 0,10 para R$ 0,40. E nós acreditamos que isso deve ocorrer", disse Fabio Romão, economista da LCA.

Segundo Romão, o CIDE seria elevada no início de dezembro para compensar a dificuldade de recriar a CPMF, o imposto provisório considerado pelo governo como uma "ponte" do ajuste fiscal do país.

Marcel Caparoz, da RC Consultores, diz que novembro e dezembro são meses em que historicamente ocorre aceleração dos preços, como nas passagens aéreas, o que deve se repetir neste ano.

Inflação - Por grupos, segundo o IPCA no mês de outubro.2015, em %

"Os combustíveis podem continuar sendo pressionados no mês pelo álcool", disse Caparoz, que prevê a inflação em 0,67% em novembro, acumulando 10,1% em 12 meses.

Para André Perfeito, economista da Gradual Investimentos, o índice de inflação deve chegar a 10,03% em novembro. O índice deve permanecer nesse patamar até o fim do ano, apesar do menor impacto dos combustíveis.

Em relatório, o banco de investimentos Credit Suisse destaca que a alimentação em casa vai continuar pesando sobre o índice. A inflação desse grupo de produtos responde por 16% do IPCA e avançou 10,2% em 12 meses até outubro

     
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